O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Surge um oásis na aridez da serra.
Na passagem das estações, ergo - me despida no coração do xisto. 
São tantas as solidões que por mim se cruzam. A minha olhando deste lado o mundo. A dos homens perdidos nas encruzilhadas da serra. 
São cinzentos os ecos dos homens, vultos erguidos enfrentando as fortes rajadas dos ventos agrestes, nascendo do outro lado do monte . Sou testemunha do abandono, da vontade dos homens de viver uma outra vida. Vejo -os partir, carregando no peito a saudade. Colado ao corpo, o odor das urzes...
O inverno surge violento e agreste. Aqui debaixo deste céu claro e azul, comovo - me com o canto dos pássaros,com o som dos sinos na aldeia Com o violência da solidão da serra.
Aqui me ergo orgulhosamente, aqui despida de glórias acordo beijando o sol.

São Gonçalves

Foto - Camilo Rego.

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