domingo, 29 de abril de 2012

Eternizando um momento,a harmonia do corpo

liberto,o desejo de se soltar num ritmo de coreografias azuis

um equilibro transcendental e divino

um eterno momento gravado em movimentos.

poesia desenhada,no corpo,no espaço
...
no momento de uma prece,reinventada

soletrada nos gestos,no equilíbrio do corpo.

os sonhos ,os passos,a busca das cores

a alegria pairando no ar

melodias concretas do verbo amar.

A poesia da emoção

no silêncio do corpo,encantamento

a ponte para o encontro com o divino

a admiração absoluta de palavras ausentes

os sons,os ritmos,os silêncios

o sagrado,a fantasia

da libertação.

São Gonçalves.
Na falta de palavras para compor um poema
deixo uma flor esquecida num banco
de uma qualquer cidade
onde te sentes
a descansar.

São Gonçalves
Foto-Rialidades

Do lado outro lado do rio espero serenamente e em silêncio o tempo de ser mar.


São Gonçalves
Foto-Dascha Friédlová


Entre o sol e a chuva

e os raios da manhã

a primavera esconde-se
...
ainda tímida

por entre os pingos

e a bruma cinzenta.


Visto-me de cores vivas

lilás para iluminar o espírito.


Esqueço as canseiras

o mundo todo

rodopiando em círculos

de duvidas e medos

e renasço no sorriso

leve e branco.


São alvas as flores

neste meu jardim encantado.


Da árvore retiro a força

de uma manhã repleta

de boas vibrações

como o brilho que guardo

no olhar esperançoso

de novas esperanças

para viver em pleno

nas próximas estações.


São Gonçalves
Não há bom humor que resista ,quando a primavera se atarda e o sol teima em viver escondido por entre as nuvens,as árvores nuas soltam timidamente um sorriso apático e dos galhos uma pequena flor espreita na intervalos da chuva.


São Gonçalves
Foto-Brian Carter


Alguém me saberá ler assim no desfocado das cores,esbarrotando os muros?

Alguém saberá do cinzento claro que pinta os meus dias?

Alguém entenderá a flor frágil que teima em embelezar o espaço

... assim na sinfonia colorida do inicio da primavera...


São Gonçalves
A busca da liberdade interior

da liberdade da alma

fudamentada nos preceitos

da mãe natureza

confunde-se com a liberdade
...
dos homens.


São Gonçalves.
Olhar as coisas com o olhar do coração é uma visão mais intimista,mais profunda,mais sensivel,mais emotiva,pode até ser por vezes dolorosa,por isso mais fragil...mas é este o olhar da sensibilidade,da profundidade...tantas coisas que não são palpaveis,mas que nos enriquecem ,nos transformam ,nos ajudam...

São Gonçalves
Um livro.


Existe entre mim e ti

esta aproximação inexplicavel

este caminhar juntos

... na descoberta de cada pagina

de cada personagem

de cada aventura

de cada descoberta

é a cada novo livro

o desbravar terrenos desconhecidos

a magia de uma nova viagem

as paixões da alma

descodificados em códigos

sensoriais

a profundeza das coisas simples

agitando-se na minha íris.

A solidão partilhada

nas folhas de um livro

nas palavras lavradas

nas searas da humanidade.

Existe em cada novo livro que leio

novos mundos a descobrir.

São Gonçalves

domingo, 22 de abril de 2012

Foto-Dasha Frièdlová.

Tal como o luar
domável âmbar
reflexo dos teus olhos
espelhos quebrados
... espalhados pelos cantos
do meu corpo
estável mas em tensão
esperando a luz da luar
luminosidade que nos acalma
raios subtis acariciando
pedaços de prazer
pedaços de dor.
E a noite morna e calada
esconde o amargo
do desgosto
o frio filtrado nas brumas
do desgosto
associado à acidez do limão
que fere os olhos de luz.
...mergulho nas carícias…
estudo o amarelo da manhã
no ânimo do teu luar
de alma nua
seduções vestidas
flores plantadas a meus pés
corpo aberto ...
.. ajoelhei e alimentei
esperança de um sorriso
que deslizava…
pelas frinchas da loucura
pela porta aberta
nas pontas dos teus dedos
ternura.

Arcano Lilás&São Gonçalves.
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foto-Em Spellbound.

Rasgo a terra ainda fria,resquícios de um inverno longo

sem luz,sem alegria,cinzento o leito onde me aconchego

na interminitência do tempo .

A terra virgem lavrada,arada sob o signos das primeiras chuvas
...
o astro rei,vigia-me ainda timidamente nesta sonolência

onde ainda durmo ,sem saber a hora certa de despertar.

Aconchego-me de mansinho ao tempo,e sinto a brisa fresca

o vento beijando-me as primeiras manhãs em que vejo a luz.

Grito ao mundo a libertação da terra

elevo-me,nasço ,renasço,contemplo o céu

azul...azul..azul...

e visto-me de verde na passagem das horas

a esperança erguida nos terrenos férteis da imaginação.

Contorno o corpo,os gestos,o olhar

giro a volta do sol,da luz intensa

que me beija nas primeiras manhãs quentes de verão

e contemplo a luz ,o sonho acordado

a cada manhã onde desperto

na elegância de mais um novo renascer.



São Gonçalves.

sábado, 21 de abril de 2012

Escrevo o mar e a cor do fim de tarde

as águas mansas ,silenciosas ,cavalgando

... ondas baixas,beijando a areia...
...
e a vida ali ,desenhada ,entre as pedras

e o leito de águas prateadas

e todo o sentimento deslizando num céu

bordado a algodão....

escrever assim a vida,a minha ,a tua

deslizar na pontas dos dedos

vocábulos escolhidos no dicionário

da vida vivida,e navegar num barco

construído nas tábuas dos dias.

e este mar ,este mar tão nosso

a nostalgia estendida nas águas

a memória trazida em vagas sucessivas.

Confudo-me no mar,na alma do poema

na eterna lonjura das estações.

Do lado de cá,escrevo mar

a ouro e prata

oceano bordado na pontas dos dedos

imperturbável magia

da passagem dos dias.

São Gonçalves.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dança


Amplo o mar que vejo alongar-se

no esperguiçar cansado das aves

... e dos sonhos exposto a brisa

como numa carta de marear

Contemplo a dança enigmática

os gestos subtis

entrelaçados das aves

e as ondas sobem e descem

numa dança ritmada

no invés do meu corpo calado.

Sinto o vento beijar-me a face

colo o meu corpo ao tempo

ao vento rasgando as velas

e as asas das gaivotas

e danço com elas .

Já me esqueci das vidas

onde me perdia

em consequentes bailados

inebriado do corpo esquecido

com os odores da natureza.

O presente é muito mais intenso

quando contemplo a dança

das aves moribundas

procurando um novo

porto de abrigo.


São gonçalves.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Estranhamente me escondo

em vestes cinza
...
estranhamente me calo

me cinjo aos murmúrios

ao silêncio transfigurado

dos muros caiados

brancos,brancos

os vultos enamorados

os segredos desvendados

os sons,os riscos

...rasgados...

o mundo esquecido.

Cantas-me uma nova melodia

ofereces-me os gestos

caricias inundadas de desejo.

Estranhamente me ofereces

os traços da vida.


São Gonçalves.
foto-rialidades.

Quando as àguas se clarificam e as tempestades se acalmam ,as correntes deixam de ser violentas ...Há uma nova luz que ilumina o olhar,uma nova paz no silencioso desaguar...

São Gonçalves.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

foto-Hengki Koentjoro II


...se soubermos calar o silêncio que nos incomoda com palavras,não teríamos de procurar palavras para explicar o silêncio ...

São Gonçalves

domingo, 15 de abril de 2012

...é preciso tempo para aprender que as coisas simples são as mais belas e que nem tudo o que é fragil é efémero....

São Gonçalves.
A beleza do efémero,transcende

a fragilidade das coisas simples

num toque entre a rudeza e a leveza

a presença e a ausencia.....


... São Gonçalves.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Este era o momento que ela menos espera,no seu intimo nunca o esperou,e viu-o chegar assim ,aos poucos,de mansinho,sem palavras,sem ruídos.Era o tempo que os vias partir silenciosos,sem nunca os ter visto chegar,partiam sem nunca os ter conhecido verdadeiramente,nem eles a queriam conhecer...

Já não eram os alicerces que abanavam,já não eram as raízes que secavam aos poucos,deixando a árvore muitas vezes frágil e insegura,era muito mais que isso....eram as folhas que voavam ...com o vento,se afastavam na sua timidez e ignorância,sem nunca querer conhecer a profundidade do tronco...

Não sabiam,não conheciam,não lhes deram tempo para saber dos fortes vendavais,imensas tempestades,ora ruidosas,ora silenciosas que quase a fizeram vergar o troco ,desfalecer e cair por terra,foi preciso muita coragem para manter o equilibro, continuar a ver as sucessivas estações....

Eram agora figuras ausentes num tempo novo,num tempo da folhas novas,esperando calmamente o outono da vida....


São Gonçalves

In as sombras da luz.

domingo, 8 de abril de 2012

Foto.Rialidades.

A esperança conquista-se olhando os horizontes onde se vislumbra um mar de possiveis renascimentos....

São Gonçalves

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Feliz Páscoa



Será sempre este o tempo

de silêncios imprimidos

no corpo,na terra
...
na solidez da fé

caminhos percorridos

tantas vezes...na escuridão

na passagem das horas

fugaz o tempo ...frágil o corpo.


Enigmas seculares

que nos elevam o espírito

e nos mostram a verdade

tempo de renovação



Será sempre este o tempo

de um novo recomeço de

corpos cansados à deriva

almas perdidas

numa qualquer ilusão

a vida arrastada nos caminhos

a esperança desfalecida

o gestos ausentes

as mãos vazias de abraços

vazias de nada.


Será sempre este o tempo

onde as portas se abrem

a terra se ajeita

o corpo se liberta

o espírito se ilumina.

Ressureição.


São Gonçalves.

domingo, 1 de abril de 2012

Foto-Firman Hananda Boedihardjo


Desabitadas as paisagens onde a luz é mais intensa

Neste pequeno espaço,nesta bucólica visão

descanso os sentidos,fugazes os ruídos

... as vozes da ilha ,ausentes,silêncio apenas

Não há melhor ar ,nem a sede de viver

é tão real nesta paz acolhedora ...


Atemporal a cor ,o azul cristalino do mar

nesta intenso abraço...


Velejo em espaço abertos e silenciosos

entre praias imaginarias e desertas

de areais brancos e sedutores

ébrio o olhar na magia da luz

na solidão pacificadora de uma cabana

perdida entre o céu e o mar.

Se me afundar no oceano

visível no canto do olhar

perderme- ei na luz intensa

que me enlaça.


São Gonçalves.