domingo, 30 de setembro de 2012


...
Vivo num meridiano de certezas,num espaço invisível onde não me é permitido ceder.
Nem demasiado fragil para não cair no abismo profundo,nem demasiado arrogante para não me centrar nas alturas.

São Gonçalves.
Estranho-me nesta ausência de palavras

neste silêncio d'alma que se perde nas paredes

...
nas ruas escuras ,nos becos sombrios do coração

Sombras de vultos esguios percorrem o mundo

olhares perdidos ,fugazes de esperança perdida

caminham sem rumo,sem história,sem memória.

Abraças a imagem desfocada na mais longínqua

noite de insónia,abraças o tempo

o vazio desmedido,o ingrato momento de esquecimento.

Abraças-te a ti numa ultima e remota esperança

que as palavras voltem ao templo dos sonhos

agora perdidos no mito da inconstante

precaridade temporal.


São Gonçalves.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Despojada de tudo ,avanço,agora num caminhar mais lento e seguro.

Esqueço as encruzilhadas,os passos incertos,a fragilidade com que se veste as manhãs frescas de primavera.

Não vivo de certezas,os enigmas albergam o caminho de procura,as brumas embora distantes ainda escurecem as margens.

Se ao menos pudesse contemplar o outro lado do rio?O outro lado da vida?

Multidões esgueiram-se deste lado ,observam,umas vezes certas,outras inseguras,ora aproximando-se,ora afastando-s...
e...mas sempre na certeza de contemplar um mundo desconhecido.

Soberana a vontade que trazemos no peito de nos fundir as duas margens,de estender os braços e tocar os enigmas da existência humana.

Neste descampado que me acolhe,neste silencio ,neste vazio onde me sinto libertar das velhas amarras ,ouço apenas o murmúrio do coração,uma lágrima solitária traça levemente os contornos do meu rosto...e eu ...saboreio-lhe o sabor salgado e esboço um sorriso tímido...

São Gonçalves.

Écoute le vent
La voix de l'âme
Le cri magique
De l'univers
La musique d'étoiles
Écoute sereinement
...

Le immense silence
De la lumière.

São Gonçalves.
 
Du sel de la mer
La vie, l’émotion
La parole qui glisse
La vague fugace
Du ciel gris...
...

Le silence de la vague
La lumière embrasse.

São Gonçalves.

Amar as madrugadas frescas de outono

a leveza do corpo ,o vazio de mundo

o vazio do pesos dos dias

...
Amar a brisa fresca que beija o rosto

a lentidão dos gestos

a dança com o tempo

com corpo libertando aos poucos

o pesos dos gestos inúteis.


Abraçar as palavras que jorram da nascente

do rio de esperança onde me deito.

Soltar na correnteza os dias perdidos

e voltar a leveza primordial

das manhãs de primavera.


Amar o rio em correntes de ternura

afagos de tempo e de vento.


São Gonçalves.
Prateado o rio que se arrasta na lentidão dos dias

e amanhece nas sombras de outono.

São Gonçalves

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O tempo desfaz-se por vezes em palavras soltas

palavras que podem dizer tanto ou guardar silêncios

...
Do pequeno espaço onde me recolho

deduzo o espanto do mundo,a timidez de um gesto escondido

uma mão que finge não acariciar,mas está lá na penumbra do gesto contido.

A paz existe no fundo do lago ou nas asas ensaiando um novo voo

nos gestos que te dizem do amanhã

do raiar do Sol,magenta.no canto da alvorada.

Nessas manhãs magicas de plenitude

segredo-te um cântico novo e parto para um novo destino.




Efémeros os caminhos onde passeio agora os meus passos,semeio em terrenos áridos a incerteza das horas.

Voraz a passagem dos minutos onde a vida se expraia num leito cinzento e morno., Já não me perco em questões filosoficas da existência,em transversais metafisicas da mente.

Com que fundamento haveria de me perder em conjecturas varias da mente,se a urgência de alimentar o corpo se impõe acima de tudo.

Precários os gestos ,as trocas de afetos num mu...
ndo onde o capital monetário se impõe as regras de sobreviencia.A luta é agora um trato feito entre os dias que passam e a incerteza do dia de amanhã...

Os passos perdem-se na incessante procura de estabilidade,o passado não contarà para nada e o futuro ainda se mantem a uma distancia razoável.

O presente ,apenas este segundo conta para me sentir segura dos temores que assaltam toda a humanidade.

Angustias,medos vários pairam no ar,a sede de sabedoria provem da mesma fonte com que mato a fome,a fome do ventre e a fome de afetos.

Neste momento,muitas perguntas me assaltam,a mente descoordenada não me traz a serenidade desejada...

E eu apenas pedi um pouco de paz....


Olhar o mundo com espanto...inquietação
Olhar o mundo com ternura...compaxão
Olhar o mundo com um misto de tristeza...admiração
Contemplar o mundo com sedução.

São Gonçalves.
As vezes fico ali,parada e quieta,apenas olhando o mundo...apenas sendo....

São Gonçalves.
Na imensidão do espaço ,a fragilidade do corpo vagueando,entre a grandeza do céu,da terra,do mar,na incansável busca de horizontes perdidos
e a vontade imperativa de os encontrar...

 
 
Bebo a vida em tragos de cor rubra
no amargo-doce
do amor e da ternura
no meu corpo
num olhar distante.

O sol beija-me o rosto
entre as margens
de um rio
que atravessa
o silêncio
a tênue presença
...
entre o momento passado
e o futuro
desenhado a nascente.

São Gonçalves.

domingo, 9 de setembro de 2012

Na imensidão do espaço ,a fragilidade do corpo vagueando,entre a grandeza do céu,da terra,do mar,na incansável busca de horizontes perdidos
e a vontade imperativa de os encontrar...encontrar-me na insensata busca da razão ...

Encontrar-me no deserto da alma,nas profundezas do ser em construção...

Longos os dias que gravitam ao meu redor,manhãs incertas onde me sinto despertar.

O corpo cansado,baila uma dança vertiginosa embalado pelos ventos que me abraçam ....amparam e ...
desenham silhuetas azuis ,sombras que se erguem num mar que se avista aos meus olhos.

A meus pés a terra brilha ,numa luminosidade que me abraça..estranha esta lonjura do mundo,estranho o vento que murmura palavras novas.

Saberei eu entende-las ,pronuncia-las neste meu mundo de imagens onde descanso o olhar, e onde o corpo se aquieta depois de todos os cansaços?

A fragilidade do corpo cede devagar aos caprichos do tempo...os meus pés vacilam,a boca emudece.
Não há palavras que explicam a vertigem...a falta de chão...a timidez dos gestos.
Grande o universo ,aqui no lugar inóspito ,aqui onde as manhãs se carregam de esperanças novas ,as sombras bebem de uma nova luz e a alma se renova em constante mutação...



Segunda estrela à direita,

este é o caminho e então

...
em frente até de manhã,

seguiremos....

a estrada que se encontra e

leva para a ilha que não existe...



Antonio Mattozzi




A horizonte o caminho

o mar azul e calmo

o caminho,a direção

a esperança na palma da mão


O sonho guardado

num céu estrelado

no perfume de insenso

espalhado nas sombras estreladas


Seguiremos navegando

espreitando o oásis

que se avista ao longe

a terra esquecida do mundo


a salvação da humanidade

nas mãos do poeta

na ilha perdida

na Ilha que não existe.

Há sempre uma mão pronta a queimar-se para oferecer um pouco de luz....
Ausente o mundo que nos rodeia

olhamos e não vemos
...

choramos e não sentimos

do outro lado

a beleza perfumada

esperando

e fragancia renovada...

Não é com a quantidade que se chega ao coração das pessoas,é com a nossa verdade ,a nossa própria originalidade ,a intensidade das emoções,a capacidade de tocar a alma de quem lê.
Confundo-me nas águas de um rio claro

no brilho do sol

na sobriedade da pele clara
...

confundo-me com o tempo

para esquecer o cansaço...

Vejo-te no presente

sabedora das ausências

e das palavras perdidas
...

vejo-te na solidão

na intemporalidade do rio


que te abraça o corpo

onde deslizas a memória...

O Céu e eu
tocamos-nos na percepção da não existência...
No impenetrável silêncio da alma
no mítico caminho que me conduz
ao mais profundo conhecimento
...
do sagrado que me habita
na imensidão do desconhecido
na trajetoria do divino
Eu apenas sonho com ele
Ele precisa da crença para existir...
Existir em claustros fechados
onde vaga é a luz
onde a crença se impõe
ao desejo supremo do criador
Eu nem por isso preciso dele para crer
num mundo sem religiosidades
mas pleno de sonhos
de homens e não de Deuses
Não é meu esse mundo mas nada me importa
apenas preciso que algo exista para crer...
No insondável mistério
que me explica a verdade de viver...

Jc Patrão&São Gonçalves.

Saber da memoria que nos aquece as noites frias de inverno,saber das pontes invisíveis que nos conduzem a um tempo que já foi nosso...
Carregamos no peito os dias,as noites,as madrugadas cinzentas,o orvalho da manhã cálido e transparente,beijando as mãos do homem madrugador.
Gota a gota as palavras surgem nos dedos cansados...na solidão do momento na infinita distancia entre o pensamento e a palavra.
A inspiração é um velho barco atracado aos cais invisível,assim como são i...
nvisíveis os sonhos e a lembrança do tempo de criança.
Pontes...velhos enigmas que transportam no nevoeiro o pensamento,e as margens ali tão perto do teu olhar ...
Na fragilidade do tempo ainda percorres infinitas distancias...
As vezes já não sabes se é a bruma que te ofusca o olhar ,ou o tempo que te arrancou do peito essa vontade imensa de navegar.
Atravessar rios e florestas,ser uma figura silenciosas nas sombras da noites e na claridade fosca da manhã.Subir ao cimo da esperança e gritar a coragem...gritar as palavras que nunca foram ditas...e foram tantas...as que ainda soube ler no murmúrio dos teus lábios.
Era noite e ouvi a tua voz chamando por mim....ou era apenas um sonho do qual eu nunca queria despertar....
Se naquele momento soubesse que seria o ultimo som que soletravas no meu peito...talvez o guardasse para um dia dizê-lo nestas paginas neste meu mundo onde navego ,entre palavras ...sombras ...e esta vontade de encontrar um equilíbrio...uma ponte segura ...um cais....a segurança ou a ilusão de nunca me deixar naufragar...


In-as sombras da luz (a publicar)

Raros são agora os momentos que ainda viajo nos céu de todo os possíveis,

Trago ainda debaixo das asas a esperança de voltar na nova estação,

Renovada...


São Gonçalves.