terça-feira, 19 de abril de 2011

No outro lado da margem.


A contemplar o mundo do outro lado da margem de um rio doce e sereno

águas de ternura correndo no leito da cândida manhã.

Já é verão e o rio que me veste os dias já não desce as encostas com bravura que descia os montes e rompia a terra ,as fragas rochosas das nascentes.é hoje uma sombra dos ventos agrestes,e o sabor dolente da saudad...e .

A cidade longiqua vestida de bruma acorda dos sonhos,

ouço deste lado os sons do mundo,e o rio abafa os choros e lava as magoas e leva na correnteza nas areias densas as suas mágoas.

São os sons do silêncio que me chegam à alma,neles entendo o mundo que deixei para traz e contemplo o novo mundo que ainda hei-de descobrir.

Espero na ausência das bocas que falam entender o silêncio deste rio que me banha os pés cansados,e as pedras que jazem no seu leito cantam cantigas doces de embalar.e eu sentada no silêncio do meu corpo espero um novo tempo,um novo despertar.

Espero nas palavras que tatuam o meu corpo de sinais e sentidos ainda a desbravar.

E o sol que ilumina o meu rosto sussurra-me a esperança de novas manhãs de novos olhares .

1 comentário:

  1. O outro lado da margem tem ainda tanto para se encontrar, os caminhos são vastos e muitas vezes o corpo fica cansado mas é nesses momentos que a alma se engrandece e as palavras se eternizam...gostei, como sempre e tu sabes.
    Beijinhos e todo o meu carinho

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