domingo, 24 de junho de 2012

Dança


... Amplo o mar que vejo alongar-se

no esperguiçar cansado das aves

e dos sonhos exposto a brisa

como numa carta de marear

Contemplo a dança enigmática

os gestos subtis

entrelaçados das aves

e as ondas sobem e descem

numa dança ritmada

no invés do meu corpo calado.

Sinto o vento beijar-me a face

colo o meu corpo ao tempo

ao vento rasgando as velas

e as asas das gaivotas

e danço com elas .

Já me esqueci das vidas

onde me perdia

em consequentes bailados

inebriado do corpo esquecido

com os odores da natureza.

O presente é muito mais intenso

quando contemplo a dança

das aves moribundas

procurando um novo

porto de abrigo.


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