quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Esperarei a todo o tempo...entregarei a todo o momento...estenderei a cada instante...a quem assim saiba estar...mas o tempo têm tantas vertentes que um dia posso ser tão-somente a ausência...no tempo!

Ana Coelho



Incognitos os desígnios do tempo

num patamar onde nada se vê
...

das entranhas da terra

sobrevivo aos dias

ao encantamento das estações

as intempéries avassaladoras

dos silêncios impostos.

Do que espero das bocas caladas?

O que me espero dos abraços ausentes

Será apenas uma réstia de luz

ou apenas o momento

de me entregar ainda a um momento

que me faça continuar

a ser presença constante

ainda antes de me abandonar

em ausências de tempo

nos ponteiros de um relógio

prestes a naufragar.



São Gonçalves.

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