quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ah! tão gigante o deserto ,imenso este espaço inóspito

colunas de vento agreste rasgam as vestes

a pele,o coração,a alma.

...
Perdido no tempo,entre as sombras dos homens

e a luz que cega o olhar descuidado

Temerários os caminhos,os desejos

a procura absurda de abandono

o desespero das causas perdidas

Minúsculo como um grão de areia

ainda te sentes desertar

nas vozes amargas e acusadoras

na tentativa de apagar o oásis prometido.

Não,não me venhas falar do abandono

da imensa vontade de silêncio

assolando os cantos do quarto

onde te perdes como num imenso deserto.

Há tantos sois esperando nas frinchas das janelas

tantas luas espreitando nas noites

de insónia

Há ainda tantas dunas a escalar

tantos desertos,de infinitas lonjuras

esperando os passos

de quem ainda tem tanto

para caminhar.


São Gonçalves.

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