sábado, 10 de novembro de 2012

Emergir no silêncio das águas
na profundeza dos míticos oceanos
e ouvir o marulhar das ondas
acariciando o corpo...

tocando levemente
as sonoridades que só eu componho
nos reflexos da superfície
onde por vezes vou respirar…
...

Vestida de segredos
acalento no peito a eterna
transformação da alma
no murmúrio do tempo...

Despida de vestes mundanas
mas ainda assim impossível
vislumbrar o meu corpo
de onde pendem ainda
rubras caravelas portuguesas…

Danço, danço a valsa da vida
em constantes mutações
esferas angulares
que guiam as novas estações...

Em círculos e elipses musicais
que se interceptam noutras danças
em que abro os olhos
a novas crenças para a existência
Não me permito perder
em dilúvios existenciais
enquanto for capaz
de ultrapassar
todos os naufrágios...

Poderei ser obrigada
por deuses e intrigas
a afundar-me sem ternuras
nem avisos do além
mas viverei ainda assim
debaixo do Mar…

São Gonçalves / Jc Patrão

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