domingo, 30 de dezembro de 2012

Esperei a hora certa para soltar ao vento as palavras.

Sim ,porque as palavras também são caprichosas,nem sempre estão ali à nossa espera na pontas dos dedos.

... E os dedos estão muitas vezes ásperos do frio dos
Invernos,como os galhos daquela árvore nua

que teimosamente se mantém firme,apesar das tempestades.

Esperei a hora certa,para contemplar o céu azul,de um dia claro,o olhar erguido,sem pestanejar.

E podia ficar ali horas,na quietude do espaço esquecida do tempo que passa

A vida é esta sucessão de imagens,entre o verão e o inverno,entre o fim e o recomeço.

Entre as noites e os dias,a solidão e o aconchego,um ano que termina,um outro que recomeça.

E no fundo tudo fica igual a si mesmo,só o nosso olhar muda.

E se durante todo este tempo conseguíssemos esquecer do frio,dos dedos ásperos,e soubéssemos apenas olhar o céu,

acariciar o rosto com a brisa do vento,com as sedas de esperança.

Para tudo há uma hora certa,até para ilustrar uma imagem.....

São Gonçalves.

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