domingo, 14 de abril de 2013

Na vulnerabilidade das coisas

assisto ao ocaso de um tempo

a um re-verso de sentires
...
a constante efemeridade

dos momentos.


Guardo no peito gotas de ternura

aquela que retive de um sentimento

de uma lágrima,de um gesto.


Vejo o tempo passar e as correntes

arrastam-se no tempo

já não sinto o mesmo que sentia.
 
 
Apaguei as sombras inquietas

que ferozmente escureciam os dias

Queria entender o propósito

dos silêncios e das palavras

queria entender os gestos

mas nada se aclarava no olhar.


Nada persiste ,os gestos,os sons

a vitorias e as derrotas

dissolvem-se na passagem do tempo.

 
Nas minhas mãos já não sinto

a vã ilusão da eternidade adormecida

apenas guardo como pérolas preciosas

as gotas cristalinas que restam

da ternura que me restou.


São Gonçalves.

Foto-Kolbjørn Pedersen

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