domingo, 27 de outubro de 2013

Desenham-se palavras negras no branco imaculado da pagina de papel
transformam-se silêncios em sons da alma ,tantas vezes guardados durante séculos;
anuncia-se a eterna viagem da vida rumo a terra longínquas.
No silencio das madrugadas as aves migratórias levam consigo
as histórias e as memorias,os sons do rio correndo na direcção ao mar
o riso inocente da criança.
Os espasmos de dor ,o amor que desabrocha nos desertos incolores e escaldantes.
E elas as aves,abraçam os céus,e voltam sempre à nascente
na impiedosa passagem do tempo.
Gravam com as suas frágeis asas as rotas de retorno
no bico carregam a sabedoria do mundo.
Chegam sempre na primavera,onde mais uma vez se renovam
nos ninhos de uma nova vida a vibrar.
Conhecem de cor as lendas e os mitos da terra
e num único cântico anunciam -lhe o silêncio das horas de solidão.
e na derradeira viagem amarão como nunca todas as rotas
as da nascente e as do poente
e num segundo sem timidez
ecoará nos céus,o silencioso cântico das aves migratórias.

São Gonçalves.

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