No silêncio da pedras alquimias profundas. 
Na passagem dos dias ,a distância é apenas uma metáfora esvoaçante. 
Sei que que pareço ausente ,mas vivo no teu coração. 
Sei que parece que não me vês, mas o voo tem sempre a mesma direcção. 

São Gonçalves.
Re invento o silêncio nas páginas de um livro amerelado pelo tempo. 
Re invento a beleza na singela fragilidade de uma flor campestre. 
Re invento me na suave carícia de um raio de sol de primavera. 

São Gonçalves.
E quando da vida já nada mais restar,e da loucura do efémero se apartar as horas, que de intenso deslumbramento se ilumine o olhar , dessa nova visão de luz se encha a razão e o tempo. 

São Gonçalves.
Entrego- me na infinita delicadeza das coisas simples. 
Absorvo no tempo o odor perfumado do toque sedoso de uma carícia .
Nada me demove do silêncio com que visto os últimos minutos dos dias. ..

São Gonçalves.

domingo, 20 de julho de 2014

Ás vezes basta um pouco de céu para podermos voar.
Um pedaço de azul para acreditar
uma mão estendida para caminhar.

São Gonçalves

A lição mais difícil de aprender é a lição do desapego. 
Como libertar se do apego às coisas efémeras? 

São Gonçalves.
"Afinidade é um eco de alma"

Oiço-te sem te ver
as palavras que pronuncias de longe
são imagens que me transmites
na imaterialidade do tempo.

Nessa fugaz magia de um eco d'alma
nessa luz clara que toca o rosto.

São Gonçalves.
"Afinidade é quando o vento recolhe todos o ecos,... e vira brisa!"

No espaço os murmúrios dos gestos
a filigrana dos sentidos metodicamente trabalhada
os ecos da alma que atravessam oceanos
e a brisa fresca da amizade
que se transforma em caricias.

Não há lonjura quando a afinidade
é um ponto equidistante da alma
não há solidão quando as manhãs
murmuram os sons das almas
peregrinas no tempo.

E eu recolho todos os pedaços de vento
porque neles encontro o teu olhar.

São Gonçalves.

Trazias tatuadas no teu corpo jovem todas as esperanças ,a enorme capacidade de te ultrapassar nas palavras com que bordarias as noites
Domavas a ira dos homens,num leito onde a vida era um jogo de cartas ser jogado com perícia e sedução.
De destino traçado na ponta da lamina,forjavas historias de encantar,noite após noite,durante as mil e uma noite de encantamento.
Resistias ao impeto feroz da desilusão,desenhavas palavras nos seus olhos ,azuis, e no coração da noite ,encarnarias a legendaria força feminina,a impetuosa vontade de acalmar iras e predestinações de mortes.Pressagios de ferro e fogo .
As palavras seriam o teu mais fiel escudo,as historias inventadas na solidão dos dias, o teu aliado mais fiel na tua vontade resistente às grandes marés de infurtunio.
O poder de ser mulher,a coragem de enfrentar os homens na sua desfeita,e na sua honra traída.
A vingança seria desafiada com palavras amor e sedução.

São Gonçalves
Há dias em que somos silêncio para ouvirmos os sons do infinito. 
São Gonçalves.
Regresso sempre a ti sempre que te penso 
regresso ao lugar dos abraços inocentes
e se por acaso não te encontrar no calor das tardes de 
verão
haverei sempre de te encontrar no coração da poesia.

Regresso a ti ,como tu me regressas de cada vez que oiço a nossa canção
de cada vez que as andorinhas cantam novas melodias na primavera.

Regresso a ti e tu regressas-me no coração do poema
no silêncio das palavras que nunca fui capaz de te dizer.

São Gonçalves
II
Escondes o que resta dos sonhos 
num bocal desfocado...
O desencanto apoderou se das tuas mãos vazias
e as palavras são o único refúgio de lucidez. 

Amas o mundo silencioso dos gestos
Das palavras escondidas
Em metaforas de luz.

Amas o indizivel caminho dos poetas
A fragilidade dos silêncios
A ternura dos simbolos escritos.

Escondes o que resta do teu corpo cansado
E mostras a beleza interdita das emoções.

São Gonçalves.
Tela Edite Melo.

Do chão o eterno recomeço do dias
as sementeiras germinam a esperança
perdida na estação fria

O grito das novas canções
estendidas num estendal de luz
a seiva redentora das searas em flor

Da luz do sol e do calor das tardes estivais
o canto de um pássaro nos beirais
o beijo da papoila ao raiar da aurora

A maciez da cor na minha pele
nas ondas dos trigais dourando
na pele da terra.

Dançam as sementeiras um bailado colorido
iluminando as mãos calejadas do homem

E da sensualidade da luz
a magia da ilusão da claridade
re-inventada.

São Gonçalves