domingo, 24 de agosto de 2014

Podia mover- me na terra ,no mar , no céu, no espaço infinito do universo. Podia sentir no corpo o peso de tantas outras vidas, de tantas outras coisas, de tantas outras formas. 
Num eterno recomeço ligaria este meu corpo frágil à essencia da vida. Num desapego infindável à escuridão dos homens. 
Saberia que a finitude é uma palavra inexistente no vocabulário dos crentes. 
E se eu tivesse ainda a capacidade mágica de tocar com os meus dedos a cor deste céu, saberia que os meus mais secretos desejos, não passariam de memórias guardadas no imenso cofre milenar das memórias arcaicas.
Saberia da paz que me habita por vezes saberia deste sentimento de plenitude passageiro que me preenche e redime dos desencantos do mundo.
Contemplo este céu de um fim de tarde de um mês de Agosto, abraço o silêncio e com ele parto numa viagem de regresso ao essencial da minha presença no mundo.

São estas cores que designam a efemeridade do corpo terreno, é esta imensidão que me diz da minha pequenez.

São Gonçalves

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