Demorava tempo a entender os sinais mascarados de palavras sedutoras
A alquimia das noites escuras, a vertigem alucinante do interesse disfarçado de abraços.
Demorava tempo a fundir-se na noite e ali ficar
a segredar ao ouvido da terra os seus temores,a gritar ao vento a derrota
Demorava tempo ,um tempo que desconhecia o pulsar dos relógios nas paredes
a chuva atravessando os Invernos no seu corpo e ali instalar-se albergando memórias
tatuando a alma de feridas invisveis,suturantes,lancinantes...
Era um tempo em que vivia de olhos fechados,as palavras ,os gestos que percorriam veloz mente
os seus pensamentos,como o som da escuridão que toca profundo e não se vê...
Eram Carnavais disfarçados na serpentinas coloridas,e salpicadas de sorrisos superfulos...eram mundos subtarraneos habitados de catacumbas invisíveis e estéreis..
Demorava tempo,e um dia,quase sem querer,entendia, entendia a luzes ofuscantes e fugazes,entendia o significado das palavras ocas,dos gestos interessados ,onde nunca cabe o tamanho de um abraço doce e eterno.
Entendia o sabor do caminho solitário,o segredo do aroma do silêncio com que gostava de perfumar o corpo e a alma.
São Gonçalves.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Arranco ao tédio dos dias, a magnitude do silêncio.
A poesia é o único perfume que se agarra à pele e ali permanece. Intocável no gesto com que deslizo no suave roçar do tempo.
Cansam me as palavras ocas, vazias de toda a beleza primordial.
Apenas o silêncio ébrio me acalma a sombra dos rumores do mundo.
São Gonçalves
A poesia é o único perfume que se agarra à pele e ali permanece. Intocável no gesto com que deslizo no suave roçar do tempo.
Cansam me as palavras ocas, vazias de toda a beleza primordial.
Apenas o silêncio ébrio me acalma a sombra dos rumores do mundo.
São Gonçalves
Eu sei que é tão breve esta passagem
a ternura do teu olhar no meu
a fugaz caricia da brisa
o silencio dos murais confidentes.
Sopra o vento devagar
acaricia devagar os frágeis galhos
e eu anseio a primavera
o florescer das amendoeiras...
No teu colo desperto
sem a razão dos dias sem cor
o inverno corta-me os lábios
cinje-se a dor des nostalgias
olho o tempo e o espaço
é de ti que ainda espero o abraço!
São Gonçalves.
Foto-Antonio Mattozi
a ternura do teu olhar no meu
a fugaz caricia da brisa
o silencio dos murais confidentes.
Sopra o vento devagar
acaricia devagar os frágeis galhos
e eu anseio a primavera
o florescer das amendoeiras...
No teu colo desperto
sem a razão dos dias sem cor
o inverno corta-me os lábios
cinje-se a dor des nostalgias
olho o tempo e o espaço
é de ti que ainda espero o abraço!
São Gonçalves.
Foto-Antonio Mattozi
No espaço da memória
Há um lugar de silêncios
De palavras não ditas
O teu nome desenhado
No lamento dos salgueiros
No aroma da maresia.
Estendem -se sentimentos na alquimia das águas,
Na magia das cores rendilhadas de ternura.
Calam - se as vozes dos homens
O desapego é um nó
Que não se desata da garganta.
Tanta luz ainda no descer da noite
Tanto caminho para percorrer
E a tua voz desenhada
No movimento das águas.
Não há escuridão nesta terra
Nem sombras que não encontrem pontos de luz.
Embalas a terra, nessa serenidade transcendente,
De quem tem sempre histórias para contar.
Não há caminhos que tragam o abraço do berço,
Apenas esta luz , este mar , este sal ,
De quem contempla o crepúsculo
Da memória.
São Gonçalves.
Há um lugar de silêncios
De palavras não ditas
O teu nome desenhado
No lamento dos salgueiros
No aroma da maresia.
Estendem -se sentimentos na alquimia das águas,
Na magia das cores rendilhadas de ternura.
Calam - se as vozes dos homens
O desapego é um nó
Que não se desata da garganta.
Tanta luz ainda no descer da noite
Tanto caminho para percorrer
E a tua voz desenhada
No movimento das águas.
Não há escuridão nesta terra
Nem sombras que não encontrem pontos de luz.
Embalas a terra, nessa serenidade transcendente,
De quem tem sempre histórias para contar.
Não há caminhos que tragam o abraço do berço,
Apenas esta luz , este mar , este sal ,
De quem contempla o crepúsculo
Da memória.
São Gonçalves.
Trago no rosto o gosto das manhãs
sonhos ..mundos... encantos dispersos
Encosto o corpo ao mar
o rosto banhado
em oceanos rosas
o ecantamento dos desertos
gandiosos..selvagens...
desapegada dos prantos
resisto a todas as madrugadas
banhada de um silencioso encanto!
São Gonçalves
sonhos ..mundos... encantos dispersos
Encosto o corpo ao mar
o rosto banhado
em oceanos rosas
o ecantamento dos desertos
gandiosos..selvagens...
desapegada dos prantos
resisto a todas as madrugadas
banhada de um silencioso encanto!
São Gonçalves
Secret Window by Marcin Ryczek Fotografia
Recordo o tempo de liberdade
a passagem ínfima
rente à sombra
os muros a que te sujeitaram
impelem-te para um cativeiro
branco sem grades
recordo o branco
aquele que não era ainda
a cor da cal que te oprime
esta claridade imaginária
de luz projectada de uma janela
sempre fechada!
São Gonçaves.
Recordo o tempo de liberdade
a passagem ínfima
rente à sombra
os muros a que te sujeitaram
impelem-te para um cativeiro
branco sem grades
recordo o branco
aquele que não era ainda
a cor da cal que te oprime
esta claridade imaginária
de luz projectada de uma janela
sempre fechada!
São Gonçaves.
Transformo pequenos momentos em serenidade absoluta,
Esqueço as dores que alastram por vezes devagar,
Apenas o som de uma flauta me transporta para dentro
Para onde me sinto plena de mundo,
Na transparência de uma corrente de águas cristalinas.
Há momentos que somos a serenidade e a sintonia com o universo.
São Gonçalves.
Esqueço as dores que alastram por vezes devagar,
Apenas o som de uma flauta me transporta para dentro
Para onde me sinto plena de mundo,
Na transparência de uma corrente de águas cristalinas.
Há momentos que somos a serenidade e a sintonia com o universo.
São Gonçalves.
Deixei-me levar pelos silêncios
num mar de azuis corais
desbravando memorias
arquivos ancestrais
deixei-me levar pela leveza do céu
clareira de brisas suaves
no ondular das ondas
no silencioso esvoaçar das aves
deixei-me levar a teu lado
sentidos despertos
desenhados na alvura do papel
deixei-me levar
a teu lado na cor e na sintonia
das emoções sentidas
vividas ,revisitadas
trilhos de caminhos invisíveis
traçados no corpo,no espaço,, no tempo
aguarelas enigmáticas de cor ..azul
silhuetas caminhando
num mundo de silêncios
cumplicidade unificada
na trasparencia poética da cor!
São Gonçalves.
num mar de azuis corais
desbravando memorias
arquivos ancestrais
deixei-me levar pela leveza do céu
clareira de brisas suaves
no ondular das ondas
no silencioso esvoaçar das aves
deixei-me levar a teu lado
sentidos despertos
desenhados na alvura do papel
deixei-me levar
a teu lado na cor e na sintonia
das emoções sentidas
vividas ,revisitadas
trilhos de caminhos invisíveis
traçados no corpo,no espaço,, no tempo
aguarelas enigmáticas de cor ..azul
silhuetas caminhando
num mundo de silêncios
cumplicidade unificada
na trasparencia poética da cor!
São Gonçalves.
Rente ao corpo o toque macio dos dedos
a nostalgia percorrendo a pele
e desnudamento da alma
o silencioso canto das aves migratórias
a sensualidade estanque num só gesto
na robustez do corpo
estende-se os desejos e as quimeras
a saudade e o desencanto
no dedos desfilam palavras e silêncios
a pele estremece, o corpo cede
batimentos de um coração inóspito
perdido no meio da selva
onde ecoam apenas
os sinos da igreja antiga
o silvar do vento nas paredes
e o uivo dos lobos nos montes.
São Gonçalves.
a nostalgia percorrendo a pele
e desnudamento da alma
o silencioso canto das aves migratórias
a sensualidade estanque num só gesto
na robustez do corpo
estende-se os desejos e as quimeras
a saudade e o desencanto
no dedos desfilam palavras e silêncios
a pele estremece, o corpo cede
batimentos de um coração inóspito
perdido no meio da selva
onde ecoam apenas
os sinos da igreja antiga
o silvar do vento nas paredes
e o uivo dos lobos nos montes.
São Gonçalves.
Grito de mulher!
ergues-te no silêncio das noites
com raiva,com medo
ergues-te das sombras de um destino
comprimidas nas paredes do desengano
gritas a dor
num dialeto surdo,
a boca amordaçada , o silêncio
o desespero galopante cravado nas veias
ouves,às vezes palavras doces
num leito de dor e solidão
o corpo cansado
a voz rouca e vulnerável
a falsidade de quem te ameaça
a subjugação do amor
do teu corpo já corre o sangue dos mártires
esqueces-te de ti
esqueceram-se do teu querer
da tua vontade
ouves agora os lamentos de quem te esqueceu
é tarde demais,o teu sangue já jorra pelo chão!
São Gonçalves
ergues-te no silêncio das noites
com raiva,com medo
ergues-te das sombras de um destino
comprimidas nas paredes do desengano
gritas a dor
num dialeto surdo,
a boca amordaçada , o silêncio
o desespero galopante cravado nas veias
ouves,às vezes palavras doces
num leito de dor e solidão
o corpo cansado
a voz rouca e vulnerável
a falsidade de quem te ameaça
a subjugação do amor
do teu corpo já corre o sangue dos mártires
esqueces-te de ti
esqueceram-se do teu querer
da tua vontade
ouves agora os lamentos de quem te esqueceu
é tarde demais,o teu sangue já jorra pelo chão!
São Gonçalves
"Canta o silêncio da adoração
E pousa em mim a alegria
Como se não existisse tempo."
Fátima Guimarães.
Com o silêncio renova a exaltação da vida
o encanto das horas de meiguice
recolhe no meu colo toda a ternura
o desnudamento de um simples gesto
como num sonho de metamorfose.
Esquece as horas e sente a renovação do gesto
na doçura amena da primavera.
São Gonçalves
E pousa em mim a alegria
Como se não existisse tempo."
Fátima Guimarães.
Com o silêncio renova a exaltação da vida
o encanto das horas de meiguice
recolhe no meu colo toda a ternura
o desnudamento de um simples gesto
como num sonho de metamorfose.
Esquece as horas e sente a renovação do gesto
na doçura amena da primavera.
São Gonçalves
Descanso o olhar nas linhas de um porto seguro.
Entre o caudal e as margens a certeza de um atravessar tranquilo.
Serenas as sombras que beijam o espelho das águas.
Nem o brilho do sol se esmorece na beleza do mundo.
Azul o querer abraçar caudais onde ainda se sente a paz dos homens.
São Gonçalves.
Foto -António Santos Silva.
Entre o caudal e as margens a certeza de um atravessar tranquilo.
Serenas as sombras que beijam o espelho das águas.
Nem o brilho do sol se esmorece na beleza do mundo.
Azul o querer abraçar caudais onde ainda se sente a paz dos homens.
São Gonçalves.
Foto -António Santos Silva.
No remanso dos dias, a ternura dos gestos reflectidos em espelhos de luz
Abraças-me,abraço-te,e desse abraço nasce o momento perfeito
a esperança navegando em rios de palavras
silenciadas as vozes do desencanto,apenas te vejo
mar onde nasço,renasço nos fios de luz
e no equilibro transcendental das madrugadas..
São Gonçalves
Abraças-me,abraço-te,e desse abraço nasce o momento perfeito
a esperança navegando em rios de palavras
silenciadas as vozes do desencanto,apenas te vejo
mar onde nasço,renasço nos fios de luz
e no equilibro transcendental das madrugadas..
São Gonçalves
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Regresso ao cais do recomeço,ao lugar da nascente cristalina
regresso ao berço das promessas,das águas calmas do amanhecer
ao beijo da brisa nas manhãs de Agosto
... ao colo da ria ,deslizando mansa nas entranhas da cidade.
...........
Regresso sem talvez nunca ter partido
dos caudais de ternura que percorrem as minhas veias
do amor primaveril e pleno de promessas
das vagas de um mar sonoro e sentido.
.......
E do sal das maresias retiro o gosto da vida
a paixão branca em dunas erguidas ao sol
e tu sempre tu , ali nas cores da terra
a primavera ,o verão desenhado ,a eterna
passagem do tempo em estações eternas.
......
Regresso navegando nas palavras
fieis companheiras na viagem de partida
acordei e adormeci nelas vezes sem conta
enamorei-me do significado , tantas vezes escondido
tantas vezes ferido sem sentido.
......
Regresso a ti numa tela de cores vivas
a alma rasgando os canais e a lembrança
coração sangrando ,implorando embalo
de um moliceiro perdido algures num céu de esperança.
...
regresso ao ventre das manhãs,ao sereno sonho
de numa viagem inquietante,rever as imagens
fugazes do tempo de criança.
São Gonçalves
regresso ao berço das promessas,das águas calmas do amanhecer
ao beijo da brisa nas manhãs de Agosto
... ao colo da ria ,deslizando mansa nas entranhas da cidade.
...........
Regresso sem talvez nunca ter partido
dos caudais de ternura que percorrem as minhas veias
do amor primaveril e pleno de promessas
das vagas de um mar sonoro e sentido.
.......
E do sal das maresias retiro o gosto da vida
a paixão branca em dunas erguidas ao sol
e tu sempre tu , ali nas cores da terra
a primavera ,o verão desenhado ,a eterna
passagem do tempo em estações eternas.
......
Regresso navegando nas palavras
fieis companheiras na viagem de partida
acordei e adormeci nelas vezes sem conta
enamorei-me do significado , tantas vezes escondido
tantas vezes ferido sem sentido.
......
Regresso a ti numa tela de cores vivas
a alma rasgando os canais e a lembrança
coração sangrando ,implorando embalo
de um moliceiro perdido algures num céu de esperança.
...
regresso ao ventre das manhãs,ao sereno sonho
de numa viagem inquietante,rever as imagens
fugazes do tempo de criança.
São Gonçalves
"podia dizer-te que os dias se esqueceram de nascer
mas o orvalho das manhãs não desiste da folha verde
e as águas do rio não se cansam de embalar as barcas"
João Carlos Esteves"
podia dizer-te deste dias cinzentos colados à pele
nesta vontade intransigente de tudo abandonar
do cansaço do corpo,das vozes ausentes
podia dizer-te do medo das sombras
da fragilidade da neblina tocando o meu corpo
das manhãs frias onde acordo ,exausta
mas a pureza da neve equilibrando-se na fragilidade
dos galhos despidos impele-me a avançar.
São Gonçalves.
mas o orvalho das manhãs não desiste da folha verde
e as águas do rio não se cansam de embalar as barcas"
João Carlos Esteves"
podia dizer-te deste dias cinzentos colados à pele
nesta vontade intransigente de tudo abandonar
do cansaço do corpo,das vozes ausentes
podia dizer-te do medo das sombras
da fragilidade da neblina tocando o meu corpo
das manhãs frias onde acordo ,exausta
mas a pureza da neve equilibrando-se na fragilidade
dos galhos despidos impele-me a avançar.
São Gonçalves.
Sabes de cor a cor do mundo, a cor do sol
da água que mistificada no papel
altera os paradigmas do universo
num bailado de cores vivas
inventas a musicalidade dos gestos
as notas de uma sinfonia
primaveril e eterna
Na tela,as frestas de luz iluminam
a escuridão dos dias cinzentos
a luta das forças internas
um oásis de mundos coloridos
onde pernoitam os desejos mais secretos
a imagem da paz mesclada de azul
um oásis perdido algures na memória!
São Gonçalves.
da água que mistificada no papel
altera os paradigmas do universo
num bailado de cores vivas
inventas a musicalidade dos gestos
as notas de uma sinfonia
primaveril e eterna
Na tela,as frestas de luz iluminam
a escuridão dos dias cinzentos
a luta das forças internas
um oásis de mundos coloridos
onde pernoitam os desejos mais secretos
a imagem da paz mesclada de azul
um oásis perdido algures na memória!
São Gonçalves.
Inscreve -se no tempo a seiva viva dos dias, a meditação silenciosa das marés, sem medo sente-se no corpo o passar das horas, a continuidade dos gestos.
Sinto -te presença misteriosa acalentando os dias, afagos de luz no crepúsculo do corpo.
Alinhavo as palavras num poema silencioso, a eterna procura de mim, de ti, de nós.
A noite aproxima -se e o abraço quente de um solardente embala - me os medos, e os temores.
Não há escuridão nesta terra de fogo e de mar.
São Gonçalves.
Sinto -te presença misteriosa acalentando os dias, afagos de luz no crepúsculo do corpo.
Alinhavo as palavras num poema silencioso, a eterna procura de mim, de ti, de nós.
A noite aproxima -se e o abraço quente de um solardente embala - me os medos, e os temores.
Não há escuridão nesta terra de fogo e de mar.
São Gonçalves.
Dueto C/São Gonçalves (2013)
- Aproxima-se a noite e eu contemplo o céu, a imensidão do mundo, e tantas tempestades adormecidas neste céu rasgado de magia. Os temporais acalmaram o desejo, apenas percorro a via-sacra da vida, para que dela renasça mais forte e mais serena.
- Impetuoso o gesto perecido no além. Mereceu tudo e nada lhe foi doado a não ser a dor da partida, sem conhecer a verdade do aquém. Rompe as nuvens com desdém e alcança o mar acetinado onde a partida já foi chegada. O dia já nasceu na noite. Na noite nascerá o dia. Percorre todos os trilhos das baixas marés em absoluto silêncio. Ouve-se agora o som eterno da alvorada.
- Encosto-me ao parapeito do tempo. O meu corpo abriga-se nas encostas e a alma cede ao desejo de mudança. Os cansaços dissipam-se nesta grandeza infinita e as vozes calam-se quando a brisa do vento me acaricia o rosto.
- Correm rios no teu corpo. Descansa agora, enquanto o sono não vem. Já o toque às almas aconteceu quando o sol se pôs. Nada se afigura distante. Só o Universo é grato pela luminosidade crescente em cada corrente que trespassa o véu que te enlaça.
- Voluntário o desejo de transformação que se aninha nas dobras dos dias. Invento e reinvento amanhãs promissores. A vida decorre sempre entre as madrugadas e as noites que se consomem pausadamente, sem pressas.
- Se todas as manhãs fossem só tuas, serias o tempo de mudança a madrugar nos teus olhos. Mas quem sou eu, se não uma força a caminhar contra o tempo? Se conseguíssemos acomodar o tempo no nosso pequeno mundo, já teríamos dado graças a Deus por termos em nossas mãos, o mundo.
-A paz como alimento das noites é o consolo que ainda me resta neste tempo incerto. Na minha pequenez colho do tempo o que ele tem de mais belo para me oferecer. Nem sempre me afasto das sombras, nem sempre me protejo dos temporais. O céu ora se tinge de negro, ora se aclara de luz.
- E nesse meio tempo, as luzes acendem-se em todos becos onde te escondes. Será sempre um dia ou uma noite a menos nos nossos sonhos. Sabias de um tempo em que se colhiam orquídeas brancas nos matagais?
- Nesta encosta acompanho os movimentos que transcendem o espaço e por vezes se elevam acima das luzes frágeis da cidade. Apenas as clareiras que se avistam
num horizonte a perder de vista, me trazem a luz tão desejada nas noites de procura.
- Existem credos em todas as orações. Crer num espaço inédito e criar nele um campo de visão obrigatória para lá, é ter fé na nossa fé. A minha cidade sabe de todos os becos escuros e sombrios, e eu nada sei da cidade. Só vejo daqui as luzes ainda reflectidas nas águas do Tejo.
São Gonçaves vs Epifania(DM)
- Aproxima-se a noite e eu contemplo o céu, a imensidão do mundo, e tantas tempestades adormecidas neste céu rasgado de magia. Os temporais acalmaram o desejo, apenas percorro a via-sacra da vida, para que dela renasça mais forte e mais serena.
- Impetuoso o gesto perecido no além. Mereceu tudo e nada lhe foi doado a não ser a dor da partida, sem conhecer a verdade do aquém. Rompe as nuvens com desdém e alcança o mar acetinado onde a partida já foi chegada. O dia já nasceu na noite. Na noite nascerá o dia. Percorre todos os trilhos das baixas marés em absoluto silêncio. Ouve-se agora o som eterno da alvorada.
- Encosto-me ao parapeito do tempo. O meu corpo abriga-se nas encostas e a alma cede ao desejo de mudança. Os cansaços dissipam-se nesta grandeza infinita e as vozes calam-se quando a brisa do vento me acaricia o rosto.
- Correm rios no teu corpo. Descansa agora, enquanto o sono não vem. Já o toque às almas aconteceu quando o sol se pôs. Nada se afigura distante. Só o Universo é grato pela luminosidade crescente em cada corrente que trespassa o véu que te enlaça.
- Voluntário o desejo de transformação que se aninha nas dobras dos dias. Invento e reinvento amanhãs promissores. A vida decorre sempre entre as madrugadas e as noites que se consomem pausadamente, sem pressas.
- Se todas as manhãs fossem só tuas, serias o tempo de mudança a madrugar nos teus olhos. Mas quem sou eu, se não uma força a caminhar contra o tempo? Se conseguíssemos acomodar o tempo no nosso pequeno mundo, já teríamos dado graças a Deus por termos em nossas mãos, o mundo.
-A paz como alimento das noites é o consolo que ainda me resta neste tempo incerto. Na minha pequenez colho do tempo o que ele tem de mais belo para me oferecer. Nem sempre me afasto das sombras, nem sempre me protejo dos temporais. O céu ora se tinge de negro, ora se aclara de luz.
- E nesse meio tempo, as luzes acendem-se em todos becos onde te escondes. Será sempre um dia ou uma noite a menos nos nossos sonhos. Sabias de um tempo em que se colhiam orquídeas brancas nos matagais?
- Nesta encosta acompanho os movimentos que transcendem o espaço e por vezes se elevam acima das luzes frágeis da cidade. Apenas as clareiras que se avistam
num horizonte a perder de vista, me trazem a luz tão desejada nas noites de procura.
- Existem credos em todas as orações. Crer num espaço inédito e criar nele um campo de visão obrigatória para lá, é ter fé na nossa fé. A minha cidade sabe de todos os becos escuros e sombrios, e eu nada sei da cidade. Só vejo daqui as luzes ainda reflectidas nas águas do Tejo.
São Gonçaves vs Epifania(DM)
De vermelho se tinge o céu
Labaredas de um mundo a queimar o corpo, o fé dos homens rasgando o horizonte.
De templos eregidos em silêncio, de brumas aparcando no lugar da solidão, de dias, de noites,de orações suplícando a paz na terra dos homens.
De mundo se enchem os teus olhos cansados, de vida e renascimento escondidos, num crepúsculo ardente.
Crês, acreditas e continuas nas sendas de um céu de esperança.
São Gonçalves.
Labaredas de um mundo a queimar o corpo, o fé dos homens rasgando o horizonte.
De templos eregidos em silêncio, de brumas aparcando no lugar da solidão, de dias, de noites,de orações suplícando a paz na terra dos homens.
De mundo se enchem os teus olhos cansados, de vida e renascimento escondidos, num crepúsculo ardente.
Crês, acreditas e continuas nas sendas de um céu de esperança.
São Gonçalves.