domingo, 17 de maio de 2015

A cada inverno que passa a melancolia dançante do vento
Cantada na nudez das folhas caídas
Arrancas ao tempo a força da verticalidade das estações
E o coração entrestecido teima em afundar - se no ventre da noite
Abismos interiores, profundos, inquietantes nostalgias demoradas na flacidez da pele. 
Olho para o teu sentir o mundo
Num ângulo desfocado e inseguro
Tardam os sonhos a aninhar - se de novo no interior do teu templo
Esperas o desabrochar da ternura
Numa aurora ainda longínqua .

São Gonçalves.
Foto - Célia Maria Cavaco

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