domingo, 21 de fevereiro de 2016

Há uma tarde que se deita nos lençóis da pateira.
Cinzentos os céus, a vagarosa descida da luz a horizonte.
Não é mar, nem plenitude
É inquietação
Medo 
a maré cheia de sargaço
O limiar de todo o cansaço.
A terra acorda de madrugada
Presa por um leito transbordante
Não há vozes nem gemidos
Não há vento que amaine
A luta
Há um por de sol sereno
Na verticalidade da noite
Há um tilintar de campainhas
Esperando a calmaria da alvorada.

São Gonçalves

Foto - Tiago Paço.

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