sexta-feira, 18 de novembro de 2016

De que nos serviria a luz se não soubéssemos contemplar a sombra ? Esse avesso de nós, o duplicado invisível do corpo, da alma, dos gestos.
O avesso da materialidade, a contemplação do vazio. ...

Às vezes, tantas vezes, é a sombra de nós que se reflete nos muros, no chão, no velho espelho da casa, que nos diz da profunda realidade, da vontade de ser um gesto, uma palavra, a voz e o silêncio domundo.

O desenho dos contornos da matéria, o corpo silenciado na finitude , a precariedade avassaladora dos dias, a direcção do infinito.

São Gonçalves.

Foto - Ana Souto DeMatos.

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