quarta-feira, 10 de julho de 2019

Contemplo o céu que se espraia a horizonte, o olhos iluminam-se na luz clara que emanam os céus de Janeiro. Na retaguarda a sombra escurece a paisagem e os restos do que ainda sobra da nostalgia de ontem. Ao longe um bando de pássaros risca os céus de um tom cinzento. São como teclas de um piano esquecido no canto da sala. Há uma musicalidade que se desprende do vôo, uma cantiga de embalar que nos vigia o sono.
Regressam!
Partem!
Nesta manhã fria de janeiro não sabemos.
As aves tardias não vingam nas manhãs geladas de inverno. Há outras que tentam a claridade e a luz deste céu do meu país.
Mais uma vez me perco entre a luz e a sombra, na linha de uma neblina que me beija.
Não sei se habitas nesse pequeno espaço. Não sei se te materializas no voo da aves.
Apenas sei que vivo entre a realidade e o sonho, na fronteira de um país á beira mar.

São Gonçalves.
Foto- Em Spelbound .

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