quarta-feira, 10 de julho de 2019


Da terra emanam silhuetas fulgurantes 
Murmúrios a clamar a luz de um novo dia!

A respiração do mundo
A aspergir sinais de fogo
Sinais de vozes esquecidas! 

Torno ao início do ciclo 
Da terra os deuses sussurram
A respiração da luz! 

Nem sempre me sinto desperta
Nem sempre me disponho a entender os desígnios. 

Os meus caminhos estão ali
Sinto, mas não os vejo
Silencio os passos, os gestos 
Evoco a transmutação das cores 
Dos símbolos escondidos no traço! 

É junto ao céu que a luz é mais límpida 
Cresce ali a claridade apaziguadora dos dias!

Mas é no interior da terra que o silêncio 
Aflora rente á boca
Na convulsão da matéria 
Na distância que separa a palavra e o poema!

São Gonçalves. 
Tela - Edite Melo.

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