quarta-feira, 10 de julho de 2019

Já não sei onde guardo a memória da casa, o útero aconchegante do corpo. A claridade, a essência do Ser em construção. 
Eram lugares onde o azul do céu abraçava o corpo de mansinho! 
Tudo era mais sereno. 
As vozes cristalinas a lembrar o cântico da génese. 
O tempo passou!
Tu partiste silenciosamente em Setembro, no fim da monção, nas madrugadas nebulosas.
Tento lembrar as tuas mãos calejadas, fechadas em forma de útero acolhedor.
Tento encontrar o sentido dos dias, a direção da velha casa azul no alto do monte.
Mas a memória é agora um barco a deixar lentamente o cais!

São Gonçalves.
Tela- Edite Melo.

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