domingo, 22 de novembro de 2020


 Escrevo agora o silêncio do espaço. Viro as costas à casa, uma tremura percorre- me o corpo. As paredes nuas, a nostalgia no olhar. Frio, sinto frio!

O presente estilhaçado conjuntamente com os objetos. Há uma silhueta feminina que insiste na demanda da luz. São tão sombrias as manhãs, nesta terra de nevoeiros longos.
Queria evocar as Deusas de Olimpo. Perséfone, Eurídice!
Queria atravessar o deserto da noite , de mãos dadas com Antígona.
Mas a travessia é longa e o oráculo nada sabe de labirintos.
Por agora, a nostalgia invade o meu corpo, exausto, envelhecido.
As madrugadas claras fazem-se ausentes, apenas um rasgo de luz insiste em brilhar.

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