domingo, 22 de novembro de 2020
Nenhuma palavra traduz o vazio dos homens e das cidades. Ruas cinzentas, portos de pedra a acolher a solidão das gentes .A batalha faz-se por dentro
Braços erguidos incendiando as noites
Laminas afiadas a rasgar o pensamento
Estendes as mãos! O teu olhar abarca o horizonte, o corpo acolhe o embate da tormenta, a cegueira noturna dos desesperados.
Em cada porto há uma palavra tua, por vezes sombria, por vezes luminosa
A descrição do paraíso perdido.
A contagem do tempo no movimento pendular.
O poema a saber ao vinho que resta dos copos
À saliva das mulheres!
Silaba a silaba
Verso a verso
Desconstróis a palavra e o silêncio
São invisíveis as metáforas da saudade
“manhãs a bater contra o poema”
A dilaceração do pensamento, a febre combativa do vazio!
A batalha feroz com a normatividade de tudo, a estrutura das ideias.
Dizes que voltas ao significado da palavra, à semântica da linguagem primordial
Num momento eterno
Inauguras” o combate até à morte do silêncio.”
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