sábado, 17 de julho de 2021


 Rente ao corpo o toque macio dos dedos percorrendo a pele, desnudamento da alma

o silencioso canto das aves migratórias

a sensualidade estanque num só gesto
na robustez do corpo, o tacto da memória
a saudade e o desencanto

no dedos desfilam palavras e silêncios
a pele estremece, o corpo cede

batimentos de um coração inóspito
perdido no meio da selva dos dias
ao longe ecoam, apenas, os sinos da igreja antiga. Memória viva da infância

no coração da casa ouve- se o silvar do vento nas paredes
e o uivo dos lobos nos montes.

Então, a mulher reescreve os dias, nas linhas do corpo, na aridez do espaço, na reconstrução de uma identidade no devir !

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