domingo, 5 de março de 2023


 Tão silencioso o espaço cristalizado da emoção.

O poder transformador da cor e do traço.
O assombro estrelar da luz redentora das manhãs. A concavidade luminosa a abraçar a execividade dos dias.
Lugares desabitados onde se misturam os sons do mundo e da natureza.

Das brumas cresce a memória dos rios.

Com as palavras se tecem os nós da desesperança. Sombras a querer vingar nos matizes mais sombrios.
Simulado na urdidura da tela a claridade enigmática das águas cristalinas dos rios, dos oceanos virgens.

Crescem no espaço as constelações.

Andrómeda, cassiopeia, sagitarius. Via láctea.
E no tracejado da matéria o deslumbramento líquido das marés, das auroras boreais. O desassombro da claridade unificadora.

São Gonçalves
Pintura- Edite Melo

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