segunda-feira, 18 de setembro de 2023


 Diante de nós o mundo na sua múltipla complexidade universal.

Entre a dança da luz e o silêncio das sombras, caminhamos. Percorremos caminhos, atalhos. Duante de nós, encruzilhadas, direções, questionamentos, onde nos perdemos e nos encontramos.

Por vezes, florescem palavras, como estas, que podem não querer dizer nada e, ao mesmo tempo, dizer tudo.

Voraz o tempo que passa por nós.

No afã de sentir, colhemos flores que nascem bravias à margem de um sonho, tantas vezes sonhado. Ensaiamos o voo, descodificamos as imagens desfocadas, pertença de um tempo que deixámos para trás. E de repente tudo se torna mais nítido.

Insana esta procura no silêncio para a compreensão dos enigmas do mundo e dos homens.

Das entranhas da terra chegam odores de lava ardente, e na superfície, ainda se pode colher os frutos dos homens. Há uma beleza efémera desabrochando como uma flor, no coração das mulheres.
Há um jardim de plantas a alimentar a esperança.

Cedros, rosas, jasmins, amoras e hortelã. Há as marcas de um tempo lento que perdemos no frenesim dos dias.

Compreendo melhor, agora, tempo que me espera.
Compreendo melhor as dicotomias do corpo e da alma. A distância que separa os corpos, de um e outro lugar.

Observo o mundo e pergunto:
Que beleza haverá num campo solitário de papoilas?

São Gonçalves.
Foto-Dascha friédlovà. 

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