domingo, 10 de abril de 2011

Fim de tarde

Fim de tarde.
É um fim de tarde como outro qualquer,os corpos relaxam-se das canseiras do dia  e olham-se ao espelho de rio de águas douradas.o sol acena mais um adeus e abraça os corpos naquela mansidão de cores que rasgam os sentidos de mansinho.Não tenho pressa,caminho com passos lentos pelas bermas do meu rio,contemplo as gentes,sinto-lhe os temores e os medos nos corpos cansados,não lhes quero ver o rosto,prefiro as sombras que desenham no chão.Nelas há um retrato que não se vê,há  uma  alma que se reflecte e os passos que deslocam na nostalgia de uma tarde de outono.
e o rio dourado contempla-me ...como só ele o rio tivesse esse dom de ser dourado,esse casamento perfeito do sol de fim de tarde com as águas de um rio já perto da foz.É um leito já  descansado das lutas , na plenitude de ser apenas um corpo prestes a juntar-se e perder-se no coração do mar.a brisa sopra suave ,as gentes perdidas nos passos lentos,esquecem as tristezas e afastam-se da cidade .
São Gonçalves

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