domingo, 4 de março de 2012

Já não desço as montanhas

já não sulco a terra

do centro das entranhas

... sou hoje o caudal denso

e farto de um rio

a serenidade das águas

na meia estação

vestida de verde

esperança renascida

correntes intensas

no sopé da vida.

São magestosas

as pontes que me abraçam

passagens aérias

nos céus desta cidade

e do casario plantado

nas margens do meu leito

cores vivas do mundo

erguidas nas encostas

do meu rio

pedaços de gente

fragmentos de tempo

memórias sem idade.

E a foz ali tão perto

águas mansas

abraçando o mar

e a paz

no convés de um navio

invisível da terra

neste meu longo

caminhar.

São Gonçalves

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