segunda-feira, 20 de maio de 2013

Acordava todas as manhãs com a luz tímida do amanhecer entrando pela janela,
Levantava-se, calma e meio ausente do mundo e num ritual quase diário dirigia-se a janela.
No parapeito guardava dentro de uma jarra duas flores.
No amanhecer do corpo e dos dias encenava as horas que se seguiam.
Seriam de alegria, ou de tristeza?
De descanso ou de cansaço?
O corpo conhecia bem as lutas diárias, rotineiras, constantes, a alma os desencantos, a melancolia, o cinzento do tempo ,e o cinzento no rosto dos homens.
Aprendera a não dar importância, aprendera a olhar para dentro de si, a encontrar a luz no interior do seu mundo.
E era neste dialogo silencioso com as flores, que religiosamente colocava no parapeito da janela, que as manhãs eram mais claras e generosas.
Com elas ,as flores, ligava-se a terra, ao céu, aos astros, as forças da natureza, trazendo um maior alento e conforto ao começar dos dias.
Acordava todas as manhãs com a fragilidade e a força, beijando-lhe o rosto.
E seguia....

São Gonçalves.

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