domingo, 17 de maio de 2015

Não é de inquietação as luz dos meus olhos
esta maresia crescente no céu da boca
este acordar devagar nas madrugadas 

despe-se em mim todas as sombras
os gestos inúteis
com que tatuei os silêncios

o livro que escrevo é uma metáfora de vida
o silêncio já não tem nome nem morada
e eu apenas clamo o teu nome

derramadas as vozes cortantes de ironia
finjo que não sei o nome das coisas
e das palavras interditas

Deixei para trás todas as amarras
essa amalgama de silêncios incertos
e só por isso valeu a pena

o caminho das palavras
num grito libertador e poético.

São Gonçalves.

Sem comentários:

Enviar um comentário