domingo, 8 de novembro de 2015

Esmaecida a tarde alonga -se no leito do mar
O sol desce lentamente
Sangrando as dores do mundo 
Esquecido do calor da tarde 
Reflexos das sangrentas 
Lágrimas

Há uma cigarra que canta
Uma gaivota que voa

Tão negras as grades
Portas semi abertas ao mundo
Dos homens

O sol que parte na sua sangrenta
Visão do mundo
O cântico da cigarra
Se esvanece no murmurar das vagas

E o mundo acorda no dia seguinte
Fechado dentro
Das grades negras
E imóveis.

Apenas fica o a beleza do silêncio entre o canto da cigarra
O murmúrio das vagas
E os espaços abertos das grades
Viradas para o mar.

São Gonçalves.

Foto - António Mattozzi .

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