segunda-feira, 23 de novembro de 2020


 Sonhou a transformação nas palavras, nos gestos de ternura, na linguagem das manhãs! Sonhou a vida tão simples, tão fugazmente singela.

Com as mãos a escrever o mundo!
A contagiar silêncios e metamorfoses
A transportar para dentro o que de melhor intuia na humanidade. Lia os ensinamentos ancestrais, consultava os oráculos de luz. E na palma das mãos lia a cartografia do assombro.
Porém, os homens carregam todos o mesmo destino!
Lembrava-se, por vezes, de contrariar as rotas, de forjar por dentro a direção da luz.
Eram escassos os momentos de plenitude. Cruzava-se com eles nas páginas de um livro, nos momentos de movimento interior.
Sabia- os fugazes, intensos, verdadeiros.
E só isso bastava para desenhar na palma das mãos a simbologia da liberdade.

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