domingo, 5 de março de 2023
Sinto o tempo a passar, implacável!
O vento a beijar o rosto e a folhagem revolta, a meus pés; é outono. As cores sedutoras, acastanhadas, esmaecem num terreno em pousio.
Revolvo o húmus da terra. Regresso à simbologia da transição. Descubro as raízes e o caudal transbordante de energia, a força transcendente da mãe!
É frágil a condição humana na sua efémera passagem.
As estações sobrepõem-se. Nascem e morrem. Renascem, a natureza e as ideias.
De nada serve lamentar a passagem do tempo.
Se souberes contemplar o invisível.
O divino na luz errante trespassando a magnitude do universo.
Ver o teu reflecto no espelho do tronco das árvores a ressoar a opacidade da matéria.
Se conseguires escutar o silêncio, ouve-o e prossegue o caminho.
São Gonçalves.
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