O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

sábado, 27 de outubro de 2012

Amanhecer sobre as colinas do mundo,esquecer os ruídos ,a correria infernal dos homens e encontrar a calma e a serenidade que existe entre a grandeza do inverso,para lá de todas manobras humanas.

São Gonçalves
foto-Joel Robinson

A beleza que nasce nos dias de tempestade

é como os sons do mundo

...
germinado no descampado

da mente em silêncio


São Gonçalves.

foto-LESZEK BUJNOWSKI

Passo a passo se vive uma vida

na passagem das estações

...
na crueldade do inverno

rude e impiedoso

....

talvez a luz se sobreponha

a sombra das horas.

São Gonçalves.

Deixo-vos....

o meu destino é algures fora do tempo

no centro dos invernos agrestes

onde apenas serei eu ,as palavras

e a musica do tempo...
...

Parto ....

para um lugar onde

o alimento é mais que um alimento

a musica mais do que musica

o alimento o pão da solidão

e a sede saciada com

o vinho do silêncio...

Virei ...

trazer-vos imagens

de tempos a tempos

em imagens e notas

do meu silêncio.


São Gonçalves

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sonhos percorridos na infinita distancia
dissimuladas em paisagens agrestes
retratos antigos ,misteriosos enredos
cidades inacessíveis,transversais desejos
corpos dissimulados na eterna ambiguidade
de se perder em buscas inglórias de
liberdades e penitências,mortes e renascimentos.

Fugazes lugares perdidos na imensidão da natureza
...
onde descanso e folheio um livro de singularidades metafisicas
os fascículos do desconhecido viagens a um submundo
que me aproximam do irreal paradoxos da alma humana.

Falam de paz que habita em mim numa cadencia que me é familiar
fragmentos de memoria perdida, mas descrevem outros lugares
cidades simbólicas de transformação.

A alma numa simbiose perfeita ,descreve um mundo de saberes guardados
na alquimia de um velho livro de onde velhas e interessantes historias
se transformam na beleza de uma borboleta exótica.


Profundos os imensos oceanos ,labirintos aquáticos
onde se ocultam pérolas do tamanho da minha ansiedade indossoluveis presenças emergindo na vastidão do coração no assombro das horas mortas.
plantas raras exalam perfumes desconhecidos,e as palavras aninham-se no meu colo,para que ,embaladas
se transformem em símbolos de luz e de escuridão
ainda assim por vezes,me sinto perdido ...

Felizmente sou um camaleão de personalidades metamorfose nas noites solitárias
desconexão complexa do mundo real e das minhas realidades internas
personificação de vivençias extra-sensoriais num amalgama de transformações
edificadas através das fronteiras de um mundo invisível,e para que tudo se encaixe
na realidade subtil dos dias,para que me sinta sempre em casa.

Sigo os desígnios de borboletas e traças
Sem segundas interpretações
Onde não resisto a descrever a sua coroação interior,crisálida protectora
da metamorfose feminina, lugar magico de encantamento,envolto em finas sedas invólucro misterioso onde designo um novo recomeço...

JC Patrão&São Gonçalves.
Esperarei a todo o tempo...entregarei a todo o momento...estenderei a cada instante...a quem assim saiba estar...mas o tempo têm tantas vertentes que um dia posso ser tão-somente a ausência...no tempo!

Ana Coelho



Incognitos os desígnios do tempo

num patamar onde nada se vê
...

das entranhas da terra

sobrevivo aos dias

ao encantamento das estações

as intempéries avassaladoras

dos silêncios impostos.

Do que espero das bocas caladas?

O que me espero dos abraços ausentes

Será apenas uma réstia de luz

ou apenas o momento

de me entregar ainda a um momento

que me faça continuar

a ser presença constante

ainda antes de me abandonar

em ausências de tempo

nos ponteiros de um relógio

prestes a naufragar.



São Gonçalves.

A poesia está no olhar

na cor ,na ternura

na magia da esperança

na fragilidade da borboleta

e esvoaçar.
...


A poesia está na emoção

na claridade que ilumina

os dias sombrios

a poesia está

na palma da tua mão.



A minha pequena homenagem aos meus amigos poetas.

Companheiros das minhas palavras e silêncios..

Se a vida me desse ao menos uma replica do sonho eu não seria esta constante sombra vagueando nas esquinas das palavras.

Gumes de tempo cortando a luz que o tempo traz nas mãos,e eu e tu,veríamos o sol a cada manhã ,nascer na grandeza que o universo criou.

Podia falar-te desses sonhos,dessas replicas que teimo em desenhar nos contornos da pagina,num livro que ainda hei-de inventar.

E nele falarei do sentimento enorme que guardo no peito.Da amizade q...
ue me faz correr ,das noites perdidas,da saudade,da lonjura.

Se eu souber escrever nele tudo o que sinto,e ainda não soube dizer...

Por entre linhas escritas à pressa,confesso que te vejo
passar,discretamente.melancolicamente.silenciosamente.
Trago-te comigo sempre,abro a porta e convido-te a entrar.
E tu chegas nessa tua calma que me acalma os medos,abraças-me no teu silêncio tão só teu,tão só nosso..
Fecho os olhos,damos as mãos,e o livro escreve-se na penumbra do meu olhar.

São Gonçalves.
Dizer do tempo que passa

no teu rosto,no teu olhar.

Desenhar nas curvas do rio

a vontade de alcançar

e soletrar mansamente
...

na camada fina

da aragem transparente

o meu amor

o teu amor

e sentir-te homem

a crescer no meio da gente.


Sopra suavemente os desejos

e beija-os na correntes

para que a vida aconteça


São Gonçalves.

Era sempre ali que se sentava

no coração da casa

...
no silêncio apaziguador

do momento.

Olhava a luz que timidamente

a iluminava,os odores da serra

e a cor que no canto esperava.

Não saberia explicar porquê

de hoje pintar a luz

a luz intensa que sobressaia

na tela em fecundação

Era o inicio,o começo

de mais uma aventura

e a luz,sempre a luz

a teimar ficar ali.

A aconchegar-lhe o pensamento

a transformar o pensamento

a emoção da vida

o momento magico

da descoberta.

Era sempre ali no coração da casa

que nascia um mundo

de novas pinceladas

rasgos de silêncios

ou a marca da paixão.

São Gonçalves

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

No inicio eram só meus

e eu guardava-os

assim timidamante

na pontas dos dedos.


...
Insegura a fragilidade

o corpo que cresce

e solta-se sem querer

a vontade imensa de voar.


Depois partiram enfim

alguns voltavam

outros ficavam

eu continuava a mesma

a partilhar silêncios

guardados em mim.


São Gonçalves.


Poema para L.


Daria um pouco do tempo que ainda me resta

para ser a gota de chuva que toca na tua mão
...

e seria a doce e magica caricia

que te embala o coração.

Seria a tímida luz que espreita

no umbral da janela.

Daria um pouco de tudo o que soubeste

partilhar na distancia do teu pequeno quarto

na sombra de uma árvore de palavras

na oferta de um longo abraço.



São Gonçalves.

Multiplicaria os rostos e as vontades

a insana vontade de me transformar

...
nas cores da primavera

na vivacidade da esperança

ou na cor castanha d'outono

na nostalgia do amadurecer

do tempo.

Multiplicaria as palavras

e os silêncios de um só momento.

e ainda assim ,seria sempre

um rosto transfigurado e apaziguador

das emoções imanentes



São Gonçalves.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Do lado de cá do tempo ,a vida vazia dos dias de inverno

da solidão das noites,mascarada na cor cinza das paredes nuas.

Portadas de vidas fechadas a ilusão dos dias de sol que um dia

aqueceram o interior desabitado
...

Desabitado de gestos,de luz,de gente feliz ....

Pergunto ao silêncio dos muros

que vida passou por ali?

todos os segredos,todos os sonhos que um dia preencheram os dias.

Eram grandes as janelas que se abriam para o mar

Eram vidas que se eternizavam na esperança de ver os marinheiros chegar.

De sonhos que se construíam nas asa das gaivotas que voavam sobre os telhados e partiam...

Paro...ouço o silêncio ,uma musica de fundo chega do passado.

Crianças riem felizes

a mãe na cozinha prepara o lanche.....

O pai ainda anda no mar.....

Não....a vida já se esvaziou no interior destas paredes

as vozes que ecoam já não são reais.

As janelas dão um ultimo suspiro

quem sabe ,quem verá os próximos vendavais?

São Gonçalves

O meu tempo parou
Perto da meia hora
Daquele dia que não alcancei
o tempo de me sentir criança
na ingenuidade do mundo
na timidez sobria do corpo
marcada nos ponteiros de um relogio
na sombra de um corpo esquecido
de quem pouco me lembra
...
e,mesmo assim
carrego-o ainda para lá das poças
reminiscentes da chuva
que não me fez crescer…
Atravesso a velha cidade da memória
observo as ruas desertas
e cruzamentos
plenos de janelas
que me confundem
e me observam
apenas vidros ou seres
as trespassam
criticam a minha guerra…
Se souberes de que solidão
são escritas os meus dias
e de que fragancias se perfumam
as minhas noites
Se souberes ler nas imagens interditas
que fecundam os meus olhos
de ternura e compaixão
se souberes
largarei as horas
por instantes
e com as mãos nuas
pintarei estas paredes
desoladas
que não me pertencem
mas são deste meu mundo…
Pintarei o céu de cinzento
os corpos ausentes em
preto e o branco
talvez por magia no meu olhar
amanhã nascerão de outra cor…
e os ponteiros do relógio
dançarão em outros momentos
em ritmo de fervor…
Jc Patrão & São Gonçalves


A juventude no corpo e no rosto

os caminhos frágeis da descoberta

as sombras protegendo os recantos obscuros

esquecidos nas bermas da estrada.
...

Era assim uma noite como tantas

a solidão dos dias afastava-se nas noites

O mundo esquecendo os temores

em pistas de musica frenética

as luzes coloridas

os gestos meigos e doces

as mãos que acariciam um rosto

e o tempo que corre veloz

como os corpos que se esquecem

no ritmo da musica.

Não haveriam de ser de sombras

os encontros que marcariam o destino

Haveria de ver ,luz,amizade

caminho percorrido,partilha

e a saudade.

São Gonçalves.

sábado, 13 de outubro de 2012

Mesmo sem asas de borboleta poderemos encontrar o caminho.....basta desenvolver a crisalida que se esconde em nós...

São Gonçalves.
O cheiro do café

ou a o aroma da canela

é mais ou tão poético que

a vida,o amor a morte

a beleza das coisas
...

a filosofia existencial

imanente do pensamento

em evolução.


A poesia é a vida

concebida em todas as formas

quando em tudo,mesmo na dor

extraímos a essência.

São Gonçalves

Poderiam-se fundir no céu,na cor da terra

no azul do  mar,no chão

...
no breu da noite mais escura

na beleza etérea do espaço sideral.


Gritar a beleza aos quatros cantos do mundo,

ou o silêncio da amargura nas longas noites de solidão.

seriam sempre as mesma figuras erguidas

olhando para o amanhã.


Sozinhas haveriam de tecer longos xailes de lã

que aquecesse nas noites frias de inverno,

haveriam de amar de novos os homens

que partiram um dia ,juntando-se a fúria do mar.


E mesmo assim tecendo e amando,

seriam sempre as mesmas figuras erguidas

olhando o amanhã


Partilhariam confidências,segredos guardadados

a vida crua nos revezes do destino

odores eternos confecionadas

nas cozinhas da memoria,e riqueza da sua própria historia


Rezariam em conjunto em templos despidos de luz

orações seculares ,num dialeto desconhecido

e mesmo assim seriam sempre as mesmas figuras erguidas

olhando o amanhã.


São Gonçalves

Por mais ténue que seja há sempre uma luz que me faz falta, não para encontrar o caminho mas para que ele se perca em mim... Jc Patrão



Não será apenas as sombras que espero

...
nem o escuro das noites sem lua

nem serei apenas eu a percorrer


trilhos da insensata procura.


Perder-me e nas estrelas cadentes

nos planetas que gravitam

perdidos no imenso universo.


Esperarei sempre a pequena luzinha

algures entre o sistema solar

e o meu pensamento.


E nela haverei de me confundir

afundar e emergir

me perder e encontrar....


São Gonçalves.

Divagando num rio silencioso e sereno

longe do mundo ,na quietude pálida da noite

a dança do sonho,da passagem das horas

...
paradas num limite que não retém o tempo.

Esquecida das coisas inúteis

que compõe os dias,os compromissos efémeros

Arrasta-se na longa maré de sonhos

resgatados a memoria involuntária do tempo

o som subtil cantando nas folhas das árvores

o gesto doce embalando o corpo

trazendo a si a única razão de ser

a de mergulhar na imensidão calada

na arte trespassada de emoções.


São Gonçaves.

Roda a colher no vagaroso gesto

Tão distante ,nas veredas

nos gestos cadenciados
...

nos odores marcados na memória


fragancias inesperadas.

Ao redor da sala um velho sonho

desperta das longas noites.

E o sorriso sereno...

rodando...mexendo ...remexendo

no cheiro da saudade

no sabor da distancia reinventada

a porcelana esperando

no canto da mesa.

O doce-amargo da vida

desenhado em tons de canela.

Traços de ternura

resgatada à lembrança

num ínfimo espaço de tempo

no presente pintado

no sabor quente e doce

no embalo de um só momento.



domingo, 7 de outubro de 2012

Ah !A ternura que há num gesto tão simples como um sopro inocente e genuíno.

A ternura da infançia e da amizade....
 

 
 
 

Cinzentas a cores que antecedem a estação das chuvas

as manhãs escondem o sol em nevoeiros imensos

Do tempo em que o sol queimava a pele

...
e o trigo brilhava nos raios dourados

ainda se vislumbra uma tímida cor

no coração das searas

as papoilas ainda abraçam

a timidez da luz...
 
Retrouver au fond de soi
Le chant infini du fond de la mer.
La musique lointaine
Le son de la main
Appui fait coleur du temps.

...
Retrouver la paix
Dans le chemin du regard
La valse mystique de la couler du monde.

São Gonçalves.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tela Tiago Paço

A minha homenagem ao dia internacional da musica com uma tela de um Sr...que me viu nascer...
Ou seja da aldeia onde nasci.



Sentir a melodia mesmo no silêncio do quarto

...
a voz feminina que canta saudade

nas cordas de uma guitarra, o grito

da borboleta ansiando liberdade.


A voz,o som,o ritmo

a vida passando veloz

o tempo ,o riso,

a alegria desenhada

em rostos extasiados

nas pautas escritas

na dança inebriante

o corpo liberto

e a voz da cantora

triunfando nos ecos

da magica canção

preenchendo os espaços

vazios de uma alma

os efémeros desertos.


A embriagues da vida

bebida na notas musicais.

São Gonçalves.
 
Le fleuve bleu illumine les Etoiles
Dans la profondeur du ciel
Noir la mémoire du temps
La foule des gens qui le regardent
Buvant la lumière
Que l’entoure
Et le silence s’impose
Au paradis du monde.

São Gonçalves.