O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Janela Milenar

Foto Henio Sousa.


Já não olho para traz

o meu sonho está alem

no azul do mar

espelho vidrado

das mais longiquas

conquistas

e no futuro incerto

na cidade distante

quimeras do meu amar.

E eu viajo no tempo

por rotas desconhecidas

contemplo para lá

desta janela

o passado esquecido

ou um futuro prometido.

Já nem sei se sou a história

vestida de longas viagens

de marinheiro perdidos

no convés de um barco

a deriva no mar

olhos sedentos

de novas mirangens

talvez seja o futuro

pintado em telas

multicolores

um mundo

vestido de azul celeste

um jacto conquistando

galáxias perdidas

ou apenas o sonho

de ser mais

para alem do olhar

que me dá

a paisagem

que contemplo

para lá

desta milenar

janela.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O silêncio das palavras

O silêncio das palavras.



O silêncio instala-se por entre os espaços das palavras.
elas perderam vida
já não gritam,já não choram
já não gemem o amor ausente adiado
perderam-se os sons
nas esquinas de um sonho
perdeu-se o tempo de tanto se querer encontrar.
E as palavras coitadas
jazem mudas nas estradas escuras
metáforas de um tempo
em que a luz lhes dava vida
sentido para se poderem instalar
nas linhas rectas de um caderno qualquer
Nesse tempo ,os pontos
ainda não eram pontos final
eram apenas reticencias de um tempo a divagar
verbos vivos de sentido
na ânsia de se conjugar
de se amar.
O silêncio das palavras
véus escondendo a face
de significados
a explorar.

Almas manuscritas


Mil palavras
e o poema nasce
do fundo do ser
mil as descobertas
e vidas a descrever
mil caminhos diferentes
num mundo virtual
sonhos,esperanças
encantos,desencantos
num mundo tão igual.

Mil imagens
tonalidades
metáforas solidarias
na busca da liberdade
Mil fugas ao passado
e avanços no futuro
presente imaginados
em telas pintadas a
tons de cinza e escuro
e a liberdade de pensar
um mundo melhor
nas palavras desenhadas
hipérboles de um sentir
tão real.

Transmutação




Transmutação.

para lá do infinito
há um mundo novo
que me espera.


frágeis são os espelhos
deste mundo em transfomação
e eu salto
como um marioneta de madeira
manipulada por um Deus
invisível
e sou de novo
a primordial essência
a liberdade
o sentir
a claridade
imagens novas
de um novo rumo
a seguir...

mundo novo
transmutação dos sentidos
a ordem do universo
a beleza dos espaços
cristalinas águas
liberdade
e paz cinzelada
nos céus
da imaginação.


São Gonçalves

Afectos


Afectos

Dos silêncios partem as palavras...
Das correntes formam-se amizades...
Das correntes quebradas surgem liberdades...
Através da neblina da amizade em formação subsistem,
tímidas, saudades...
E no mais profundo silêncio
as palavras
renascidas
dos escombros
e das correntes
que um dia
formaram amizades
restam os afectos
pedaços de ternura
marcas
na alma
que não se perdem
nos espaços
abertos
sentimentos
libertos
de saudades
gotas dispersas
há procura da luz
da verdade

JC&São

Leveza de Ser




Leveza de Ser

Céus tingidos a negro
e cinza
nuvens pesadas
escondendo
um mundo imperfeito
seres vagueando
corpos pesados
sonhos esquecidos
mentes errantes
distantes
ausentes de luz
e da rota
que no Ser
a pequena estrela
reluz.

Corpos despidos
do peso dos dias
vestidos de branco
leveza no sentir
olhar posto
no horizonte
a estrelinha vigilante
dos sonhos
presente
no meu corpo
leve
e perene...

domingo, 24 de abril de 2011

Correntes.



Era do ventre da terra que nascia aos poucos como quem tem medo de enfrentar a luz do mundo.No entanto trazia com ela toda a clareza e o brilho de quem ainda nada conhecia dele.
Acariciava a terra devagarinho,sentia.lhe o cheiros e os sabores.e deslizava de mansinho por entre as curvas novas do seu corpo ainda por explorar.
Trazia no fundo de si a dor de quem já sabe tudo da vida,mas escondi-a no seu coração.Queria ser livre e descer as encostas de mansinho ,sem pressas,sem temores,apenas a vontade de crescer livremente nas serranias e ser fruto suculento nas margens de algum viver.E as árvores novas e antigas saudavam-na a sua passagem,matavam a sua sede nas gotas que lhe saciavam as raízes,e só isso bastava-lhe para ser presente nas entranhas da terra que a viu nascer.
Temia muitas venzes o vendavais que furiosos a atiravam para fora dos seus limites,mas temia muito mais a nostalgia dos tempos em que ainda era um pequeno riacho que brincava subtilmente por entre a folhagem densa e desconhecida.
As entranhas fecundas da terra,nem sempre era um leito doce e sereno por onde gostava de deslizar,havia muitos obstáculos a enfrentar e do húmus da terra que escondia o terror dos seus dias a desviava das rotas a conquistar.
E descia as serras ,deslizava de mansinho nos prados e voltava a ser força e coragem quando os ventos enfureciam o seu percurso,não temia as quedas,era então beleza e força ,luz e escuridão.
Misturava-se com as pedras e explodia nelas com força de um vulcão.
Depois quando já calma das quedas deixava-se deslizar num leito de águas calmas,namorava o sol.e a lua,vestia-se das matizes coloridas das flores que via passar,e era um rio nascente de luz e esperança correndo por entre as pedras no seu silencioso caminhar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

No outro lado da margem.


A contemplar o mundo do outro lado da margem de um rio doce e sereno

águas de ternura correndo no leito da cândida manhã.

Já é verão e o rio que me veste os dias já não desce as encostas com bravura que descia os montes e rompia a terra ,as fragas rochosas das nascentes.é hoje uma sombra dos ventos agrestes,e o sabor dolente da saudad...e .

A cidade longiqua vestida de bruma acorda dos sonhos,

ouço deste lado os sons do mundo,e o rio abafa os choros e lava as magoas e leva na correnteza nas areias densas as suas mágoas.

São os sons do silêncio que me chegam à alma,neles entendo o mundo que deixei para traz e contemplo o novo mundo que ainda hei-de descobrir.

Espero na ausência das bocas que falam entender o silêncio deste rio que me banha os pés cansados,e as pedras que jazem no seu leito cantam cantigas doces de embalar.e eu sentada no silêncio do meu corpo espero um novo tempo,um novo despertar.

Espero nas palavras que tatuam o meu corpo de sinais e sentidos ainda a desbravar.

E o sol que ilumina o meu rosto sussurra-me a esperança de novas manhãs de novos olhares .

domingo, 17 de abril de 2011

Afagos de mar.



Vi chegar até mim
Rolando sobe as pedras
caladas
marés de águas salgadas
Varinas agitadas..
de dores silenciosas
banhando meus pés descalços
já cansados da jornada....
Uma fadiga anunciada
Em cada passo na areia
Abafando o meu cansaço...
Vi meu corpo perdido...
envolto na neblina
afagos d' um outro mar
Hoje...

...Entorpecido...
Deixei vaguear a alma
Nas ondas...
em desertos áridos e quentes...
Neste inferno profanado
enxuguei lágrimas salgadas...
Vi anjos sem rosto
nas faces dos descrentes....
Raios de luz ascendentes
rasgando os céus
Em minha direcção
seguindo um trilho divino
... fé mística...

Senti em mim
O afago...
novos abraços...

Nas mãos repletas de luz
Nos caminhos
vi a esperança
Peregrina.....
Nos teus passos..
O flamejar
a chama acesa ...
O brilho
dos teus olhos...
Em cada enrolar de
cânticos salgados..

Neste Mar...
Vi as pedras rolar...
no meu corpo perdido
metáforas do verbo
Sonhar....

São Gonçalves/Ana P

Renovação/para JLL




Renovação.

O poeta renasce
a cada instante
a cada palavra
pensada
e escrita.
a cada página
rasgada.
a cada dor
superada

O poeta renasce
a cada página
deixada em branco
a cada amanhecer
a cada vez
que se deixa
morrer

O poeta renasce
a cada esperança
renovada
a cada palavra
recebida
escrita pelas mãos
de quem ama.

O poeta renasce
na lembrança
do seu sorriso
de criança.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu e tu.



Talvez seja eu e tu

neste inicio de primavera

a contemplar o céu
...
vestidas de luz

de rostos levantados

sem véus.

Talvez sejamos nós

no doce desabrochar

de uma rosa

de caules firmes

agarrados a terra

de alma solta

em delírios de procura

em jardins de cores

olhando o futuro

subindo e descendo

a inscontancias do tempo

resistindo a vendavais

na fugaz passagem

de um tempo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

End of afternoon.

♥ A very nice and poetic text about one of my pictures ♥
Many thanks to the author, Sao Goncalves
and to ♥ Marie Narses ♥ for her traduction from french to english


END OF AFTERNOON
It is the end of an afternoon like any other, bodies relax from the tiredness of the day. The sun waves goodbye and surrounds the bodies, in the sweetness colors which slowly cross the senses. There is no hurry, I slowly walk along my riverside, contemplating the people, their senses, their fears in their tired body, I don't want to see their face, I prefer the shadows on the ground. There is an invisible portrait, there is a soul which reflect itseft, and steps which move in the nostalgia of an autumn afternoon.
And the golden river looks at me...as though this river was the only one to have this golden gift, this gift of a perfect wedding between the sun at the end of the afternoon and the waters of a river which already comes to the mouth. This is a river already freed from the fights, it is only a river ready to arrive in the sea. The wind delicately blows, people lost in their own steps forget all the sadness and go away from the city
São Goncalves

Os sorrisos e as palavras


Os sorrisos e as palavras

"Serei sempre a parte que doarei inteira num mundo obscuro de formas e lugares, entre os demais que me quiserem seguir, serei sempre o centro, onde reside a vontade, mesmo que anulada ou estrangulada, até que me ouça num novo mundo, até que me distinga eu e só eu, na verdade das palavras ainda por escrever."




E é este o mundo onde nos perdemos ou nos encontramos,onde somos o centro de tudo e nos renovamos nos silêncios até ao momento onde as palavras renascerão mais belas ,onde os sorrisos e os afectos se sentarão a mesma mesa e as palavras se ouvirão de uma só voz,cúmplices no desejo se darem as mãos e se tornarem unas,neste novo mundo.



"(Caminho com elas ao teu lado, para que me decifres na quietude de todas as palavras que se encontram disponíveis, para que no silêncio, se renovem e se expandam através da criação de outras que ainda falta escrever)."




É esta a viagem que empreendo aqui neste momento e neste tempo uma viagem ao mais profundo do meu silêncio,onde as palavras se escondem,e onde eu,as procura para lhe dar luz e sentido ,e as traga ao meu viver plenas de vida num momento de rara inspiração.
E nesse momento já não mais as sentirei moribundas,mas ao contrario ,plenas de vida,de luz ,de sabedoria,como esse sorriso vindo longe.E então as palavras serão uma eterna descoberta de mãos dadas com os afectos.


Dolores Marques/São Gonçalves

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O que somos.


O que somos nós
figuras minúsculas
debaixo de um sol
abrasador
seremos apenas
pequenas poeiras
d'estrelas
perdidos entre
vários planetas?

Seremos pequenas luzes
migrantes nos espaços
mistério do universo

pensamos ser tanto
no espaço que nos rodeia
e somos um mundo inteiro
aos olhos
dos que dependem de nós
mas na verdade
não somos nada
comparando
as tempestades de areia
que se levantam
nos desertos
esquecidos
para alem do meu
olhar.

São Gonçalves

terça-feira, 12 de abril de 2011

Flutuando

Flutuando

A fragilidade persegue-me num corpo submerso
em águas ora cristalinas ora turvas
espreitando timidamente
a luz que teima em brilhar nos céus
do meu viver.
As sombras presenças constantes
boiando nas margens
balanceando-se
as vezes tímidas
outras imperiosas,
lembram-me sempre um tempo
que já passou.
Mas é de forças que me sustento
dessas que não vejo
apenas sinto
seguram-me
sustem-me o meu corpo frágil
deixa-se acariciar
pela correnteza da esperança
e me trazem de novo a tona
num tempo em que tanto queria naufragar.
Olho o céu
raios de luz brilhando
no canto do meu olhar.

São Gonçalves

Planicies de luz










A queda de uma pena
silenciou qualquer ruído
nos cantos da sala
reflexos brilhantes
vibrações constantes
corpos suados
a magia eterna
dos amantes
bocas entreabertas
Demónios da mente
que se evaporam
no calor da luz…
um arco-íris
de mil cores
a rasgar o céu
raios brilhantes
cores em catadupa
iluminam quartos vazios
de silêncios
almas saciadas
contemplam
o horizonte...
...Planícies plenas…de luz...
Será falsa realidade
ou

P
R
I
M
A
V
E
R
A
que me invade
nesta manhã luminosa
liberto de
todos os ecos…
entrego o corpo
ao sol
e
numa voz suave
Sussurro
livre do Inverno
que me perturbou
os sentidos
viro as costas
as brumas do passado
a minha mão
surge do silêncio
do corpo
que desperta
ao som
de uma cotovia
contemplo o céu
Rimo com ele…
um veemente adeus…”

Jc Patrão /São Gonçalves

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fin d`après-midi.

Fin d’après-midi

C’est une fin d’après-midi comme toutes les autres, les corps se relaxent des fatigues de la journée et se regardent au miroir de la rivière des eaux dorées. Le soleil fait signe d’un adieu de plus et entoure les corps dans la douceur des couleurs qui traversent lentement les sens. Je ne suis pas pressé, je marche à pas lents au long des berges de ma rivière, contemple les gens, leur sens les craintes et les peurs dans les corps fatigués, je ne veux pas leur voir le visage, je préfère les ombres dessinées par terre. Il y a un portrait qui n’est pas visible, il y a une âme qui se réfléchit et des pas qui se déplacent dans la nostalgie d’une après-midi d’automne.
Et la rivière dorée me contemple…..comme s’il n’y avait que cette rivière à avoir le don d’être dorée, ce mariage parfait de soleil en fin d’après-midi avec les eaux d’une rivière qui approche déjà l’embouchure. C’est un lit de rivière déjà libre des luttes, dans la plénitude de n’être qu’un corps qui s’apprête à joindre le cœur de la mer, la brise souffle doucement, les gens perdus dans leurs pas lents oublient les tristesses et s’éloignent de la ville.

Sao Goncalves
traduction de Helena Miunoz de Oliveira

domingo, 10 de abril de 2011

Fim de tarde

Fim de tarde.
É um fim de tarde como outro qualquer,os corpos relaxam-se das canseiras do dia  e olham-se ao espelho de rio de águas douradas.o sol acena mais um adeus e abraça os corpos naquela mansidão de cores que rasgam os sentidos de mansinho.Não tenho pressa,caminho com passos lentos pelas bermas do meu rio,contemplo as gentes,sinto-lhe os temores e os medos nos corpos cansados,não lhes quero ver o rosto,prefiro as sombras que desenham no chão.Nelas há um retrato que não se vê,há  uma  alma que se reflecte e os passos que deslocam na nostalgia de uma tarde de outono.
e o rio dourado contempla-me ...como só ele o rio tivesse esse dom de ser dourado,esse casamento perfeito do sol de fim de tarde com as águas de um rio já perto da foz.É um leito já  descansado das lutas , na plenitude de ser apenas um corpo prestes a juntar-se e perder-se no coração do mar.a brisa sopra suave ,as gentes perdidas nos passos lentos,esquecem as tristezas e afastam-se da cidade .
São Gonçalves

Mar prateado



A cidade submersa nas brumas da manhã
já nada resta dos sonhos
apenas um corpo a deriva
perdido.

Viro as costas ao mundo
...esqueço os restos do calor dos corpos...
das palavras escritas
nas cartas que um dia te escrevi.

Não te enviei nenhuma
atirei-as ao mar
afoguei com elas as memórias
as caricias marcadas no corpo
marcas dos teus dedos .
Olho o mar prateado
nesta manhã cinzenta escura
como a minha alma
espelho dos meus olhos
imagem desenhada
desde o dia em que partis-te.

E sigo viagem
mar adentro
num corpo submerso
vestido de negro
a espera da libertação
corpo leve
perdido nas asas
da nuvem branca
que me espera
a poente.

São Gonçalves

sábado, 9 de abril de 2011

Incertezas


As vezes não sei se vivo ou se me agarro a vida
se me rasgo por dentro nas profundezas de um rio
de areias movediças
Se as entranhas se revoltam e os alicerces se derrubam.
Ou se apenas sou um pedaço de tempo
um sopro de vento a espera calma
um corpo erigido vestido de azul
o espelho do céu no cinzento dos meus olhos
a saudade o véu.

São Gonçalves

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nostalgias



Gostaria de poder voltar no tempo
E viver intensamente cada segundo
e sentir nos poros a juventude
o corpo solto e leve
sentir a leveza das coisas
e levitar nos sonhos
Viver no tempo em que o sol
brilhava de dia
E as estrelas iluminavam de noite
e eu me perdia por entre quimeras
amores intensos
e a loucura da liberdade
presente a cada momento.
Pureza e inocência existiam
no meu caminho
nos trilhos que tracei
havia amizade verdadeira,para sempre

...Nostalgia de hoje
antecipa as lágrimas do amanhã
precaução que a maturidade
me concedeu
no passado entregava-me
sem medo...


Sonhei o certo, mas escolhi o errado
desafios de um tempo novo
perdi-me em tempestades agrestes
E de repente vieram as nuvens que escureceram
Os dias felizes e mataram minhas estrelas
Nada mais brilha agora
Apenas sinto a chuva gelada e o vento forte
Que me derruba cada vez que tento me levantar...

Mas acredito sempre
na estrela que me guia
escondida por entre as nuvens
carregadas
e a leveza que procuro
ainda me espera algures
no fim desta estrada.
São Gonçalves/maria Santos

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Silênciosas as madrugadas.


Silênciosas e serenas são as madrugadas que me vêem despertar
sou por vezes um barco solitário a deriva num lago de águas calmas,
sombra espelhada em espelhos de águas prateadas.
Lá no alto vela por mim a lua
bela exeburante no seu vestido prateado,
conta.me historias dos amores errantes
e embala-me o sono com uma doce melodia de encantar.
Ao longe a cidade adormecida
desperta de um sono de sonhos
de vidas errantes.
E eu barco solitário a deriva
sigo viagem neste leito
de esperança num novo dia
debaixo deste céu de matizes
violetas e cinza
transmutação da energia
que da noite se faz dia.


São Gonçalves

quarta-feira, 6 de abril de 2011




É nas manhas que me me visto de luz
e o sussurro das águas frescas
embala-me os dias de melodias silenciosas
nascentes de paz no caminho,alento

...e das quedas de onde renasço
protegem-me do abismo iminente
e eu vou por este rio acima
fugindo das tempestades
enfrentando as correntes

e das sombras nem vejo traços
são buscas de um outro tempo
das árvores sinto o abraço
dos frutos a doçura
nas águas de um lago
reminiscencias trazidas
dos tempos ancestrais
da terra o ventre.