O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 5 de outubro de 2014

Não sei se sou eu que habito dentro de ti ou se és tu que me habitas.
Chegas sempre devagar,batendo à porta com cuidado,sem voz,sem abraços,sem a pertinente vontade de ficar.Apenas chegas ,sentas-te a meu lado,tocas-me devagar,e eu hesito...
Hesito porque tenho medo que derrubes em mim a paz instalada,a grandeza das coisas simples,hesito porque ,há muito não conheço a tua cor,há muito não oiço a tua voz,há muito parei de sonhar.
Mas tu,não desistes,agarras na minha mão com cautela,não vá eu eu estranhar-te e com isso expulsar-te.
Aos poucos ,sopras-me ao ouvido palavras de esperança,de luz,mostras-me o rosto de mais um sonho. Ainda desconheço os caminhos para lá chegar,mas tu com esse jeito de clarear atalhos,mostras-me a direção.
Semeias em mim a semente de mais um sonho!
Ou será que a semente já lá estava enterrada nas profundezas da terra?
É provável que sim,que sempre tenha estado ,era eu que não sabia revolve-la a cada nova estação.
Aos poucos ajeito-me a esta nova sensação de renascimento,aproximo de ti,do teu corpo silencioso e o sonho desperta...
E não é um sonho qualquer,é um sonho guardado à séculos,no meu genes,na minha essência de mulher,um sonho que ultrapassou as barreiras do tempo e do espaço.
O sonho de libertação,o sonho de alcançar a paz do corpo e do espírito.
O sonho de luz.

São Gonçalves.

Sem comentários:

Enviar um comentário