Regresso ao cais do recomeço,ao lugar da nascente cristalina
regresso ao berço das promessas,das águas calma do amanhecer
ao beijo da brisa nas manhãs de Agosto
ao colo da ria ,deslizando mansa nas entranhas da cidade.
Regresso sem talvez nunca ter partido
dos caudais de ternura que percorrem as minhas veias
do amor primaveril e pleno de promessas
das vagas de um mar sonoro e sentido.
E do sal das maresias retiro o gosto da vida
a paixão branca em dunas erguidas ao sol
e tu sempre tu ali nas cores da terra
a primavera ,o verão desenhadas,a eterna
passagem do tempo em estações eternas.
Regresso navegando nas palavras
fieis companheiras na viagem de partida
acordei e adormeci nelas veze sem conta
enamorei-me do significado tantas vezes escondido
tantas vezes ferido sem significante.
Regresso a ti numa tela de cores vivas
a alma rasgando os canais e a lembrança
coração sangrando ,implorando embalo
de um moliceiro perdido algures num céu de esperança.
regresso ao ventre das manhãs,ao sereno sonho
de numa viagem inquietante,rever as imagens
fugazes do tempo de criança.
São Gonçalves
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