O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Regresso ao cais do recomeço,ao lugar da nascente cristalina

regresso ao berço das promessas,das águas calma do amanhecer

ao beijo da brisa nas manhãs de Agosto

ao colo da ria ,deslizando mansa nas entranhas da cidade.


Regresso sem talvez nunca ter partido

dos caudais de ternura que percorrem as minhas veias

do amor primaveril e pleno de promessas

das vagas de um mar sonoro e sentido.


E do sal das maresias retiro o gosto da vida

a paixão branca em dunas erguidas ao sol

e tu sempre tu ali nas cores da terra

a primavera ,o verão desenhadas,a eterna

passagem do tempo em estações eternas.


Regresso navegando nas palavras

fieis companheiras na viagem de partida

acordei e adormeci nelas veze sem conta

enamorei-me do significado tantas vezes escondido

tantas vezes ferido sem significante.


Regresso a ti numa tela de cores vivas

a alma rasgando os canais e a lembrança

coração sangrando ,implorando embalo

de um moliceiro perdido algures num céu de esperança.


regresso ao ventre das manhãs,ao sereno sonho

de numa viagem inquietante,rever as imagens

fugazes do tempo de criança.


São Gonçalves

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