Guardo os silêncios em paginas abertas
num livro escrito há muito na solidão
com que vestia os dias de inverno.
... É tão difícil esconder a nostalgia
que rasga a pele nas silenciosas noites
o corpo libertando o cansaço
as mãos tremulas denunciam a vontade
de partir nas entrelinhas de um poema.
Voltar ao tempo ,a este novo tempo
onde as promessas iluminam os dias
e o céu claro ilumina o olhar.
Bebo da luz imensa do céu
a claridade infinita, o azul claro
iluminando o tempo apressado
nas linhas das minhas mãos
e a memoria já gasta sumindo-se
na curva das nuvens que ainda resistem.
A cidade enche-se de sons,de palavras
de gente caminhando para uma nova estação
eu cruzo-as no tempo,no espaço
compreendo os gestos,os risos
esqueço o olhar de desdém
com que olham um rosto desconhecido.
Contemplo de novo as palavras
gritos mudos escritos no silêncio de um livro
elevo o olhar ao céu
e parto nas asas de um sonho
ainda por inventar.
São Gonçalves
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