O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 23 de março de 2014

Revelo a minha alma ao tempo
Prolongando a aceitação do corpo no espaço
Agarrando os carris despojados de afecto
E dos prazeres que enfraquecem a mente
No Intenso naufragar na própria alma
Emaranhada de suicídio na frágil luta pelo belo.

E na nudez do olhar temporal de piedade
Desmaiando na poesia o áspero sentir
Dos raios de sol por testemunhar
Na composição emergida a duas cores no interior
De um templo que se queria florescer...

Desmesurada a enequivoca fragilidade do corpo
a nostalgia bordada nos contornos do espaço
um imenso temor da vida
gravado nas correntes profundas da viagem.

No teatro da vida o desespero
é também um poema no limiar da esperança
belo e perturbador
atira-se para o palco a nudez sem nome
o trágico do mundo ali exposto
num suicídio imaginado pela mão do poeta.

Não levantes o rosto enquanto eu escrevo estas linhas
abraça o abismo que se se abraçasses o mundo
aceita o papel já amarrotado do desencanto
e deixa o poema vibrar num intenso pulsar de vida
como se fosse libertar os medos
que guardas na beleza de corpo nu.

Arcano Lilàs&São Gonçalves.

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