Não é de inquietação as luz dos meus dias
esta claridade crescente na menina dos meus olhos
este acordar devagar nas madrugadas
despe-se em mim todas as sombras
gestos inúteis
com que tatuei os silêncios
o livro que agora escrevo é uma metáfora de vida
o silêncio já não tem nome nem morada
e eu apenas clamo a semântica da liberdade
esquecidas as vozes cortantes de ironia
finjo que não sei o nome das coisas
e das palavras interditas
desatei todas as amarras
essa amálgama de silêncios incertos
e só por isso valeu a pena
o caminho das palavras
num grito libertador e poético.
O silencioso canto das aves migratórias
terça-feira, 6 de agosto de 2019
O corpo pesado, longos sãos os caminhos que te podem levar ao verdadeiro sentimento de plenitude e serenidade...as memórias são por vezes um traço, ora negro, ora claro; o espírito revela -se, espraiando-se num planalto de luz e sombra. A exuberância do azul acalma os temores, os gestos em decadência. Contemplas a luz do sol, nessa manhã primaveril, sentes a vida a tomar um novo brilho, um novo sentido, porque é de luz que inundas os olhos cansados de tanta escuridão.
Na solidão do quarto procurava as palavras
A conjugação perfeita da sintaxe
Para dizer do seu mundo
Para aclarar sombras
Dissipar medos
A explicação primordial do seu caos interior!
Não inventava nada
Ali, tudo permanecia quieto e transparente
O que fora, o que perdera
O que amara e como amara
A solidão das cidades revisitadas, cinzentas e frias
A dor da não pertença, da sublime ausência!
A metáfora do poema desvendava-a ao mundo
Sem pudor, sem preconceito!
Quando maio chegou, tu eras a luz de uma nova estação a despontar!
O coração pleno de ti
De mim, de
Nós!
A primavera das nossas vidas a florir
No nossos corpos!
Na vontade de viver!
Quando o tempo da monção chegou
Não houve verão, nem outono
Nem canto de pássaros a alegrar os sentidos!
Já não houve festa, nem risos, nem abraços!
Apenas o teu e o meu,
O nosso silêncio a rondar os cantos da casa!
O coração pleno de ti
De mim, de
Nós!
A primavera das nossas vidas a florir
No nossos corpos!
Na vontade de viver!
Quando o tempo da monção chegou
Não houve verão, nem outono
Nem canto de pássaros a alegrar os sentidos!
Já não houve festa, nem risos, nem abraços!
Apenas o teu e o meu,
O nosso silêncio a rondar os cantos da casa!
Cada um esconderá de si o que mais lhe convém!
No olhar, a nostalgia das madrugadas
Sombras a refletir em espelhos de ansiedade.
O que trazes contigo nem sempre demonstras. O sorriso dos dias alegres. A dor de uma ausência!
A casa da infância inabitada!
Um sentimento a desabrochar no contornar dos dias.
A sintonia do silêncio no fumegar do café da manhã.
Ninguém saberá da tremura dos lábios , nem do desejo no brilho do olhar!
O teu mundo é uma casa de espelhos, reflexos de um Eu que apenas te pertence.
Véus semi transparentes
Raios cintilantes a riscar no coração e na simbologia das sombras!
No olhar, a nostalgia das madrugadas
Sombras a refletir em espelhos de ansiedade.
O que trazes contigo nem sempre demonstras. O sorriso dos dias alegres. A dor de uma ausência!
A casa da infância inabitada!
Um sentimento a desabrochar no contornar dos dias.
A sintonia do silêncio no fumegar do café da manhã.
Ninguém saberá da tremura dos lábios , nem do desejo no brilho do olhar!
O teu mundo é uma casa de espelhos, reflexos de um Eu que apenas te pertence.
Véus semi transparentes
Raios cintilantes a riscar no coração e na simbologia das sombras!
Silenciosas as árvores abraçam-se na luz coada da manhã.
Dão- se por inteiro, sem medo!
Almas distintas no ser e no querer,
Seiva, flor, fruto !
Energia divina a conferir ao mundo a lição da luz!
O céu cinzento não é um prenúncio de tempestade, nem a árvore despida a semiótica de frieza.
Morno o tempo, a brancura rósea das flores indicia o caminho do renascimento!
As madrugadas já não gelam o corpo e os sentidos.
Abre- se uma brecha de claridade!
Dão- se por inteiro, sem medo!
Almas distintas no ser e no querer,
Seiva, flor, fruto !
Energia divina a conferir ao mundo a lição da luz!
O céu cinzento não é um prenúncio de tempestade, nem a árvore despida a semiótica de frieza.
Morno o tempo, a brancura rósea das flores indicia o caminho do renascimento!
As madrugadas já não gelam o corpo e os sentidos.
Abre- se uma brecha de claridade!
Até hoje não sabia porquê a vida se repetia num movimento circular, voltando sempre ao lugar do vazio, do constante recomeço!
Nada lhe fora dado sem esforço!
Mas o que custava mais era esse karma de nunca chegar a um porto seguro!
As palavras deturpadas, os gestos mal interpretados, o caminho sempre a fechar- se , o céu a escurecer, o corpo sem chão onde se equilibrar.
A realidade era por vezes excessiva!
Era de excessos que andava cansada!
De si, da vida, dos outros, da perda , do vazio!
Apesar dos desacertos, o conforto chegava nas palavras de algum amigo, num abraço inesperado, no aconchego da palavra esperança!
E era de esperança o olhar no meio da tempestade!
Nada lhe fora dado sem esforço!
Mas o que custava mais era esse karma de nunca chegar a um porto seguro!
As palavras deturpadas, os gestos mal interpretados, o caminho sempre a fechar- se , o céu a escurecer, o corpo sem chão onde se equilibrar.
A realidade era por vezes excessiva!
Era de excessos que andava cansada!
De si, da vida, dos outros, da perda , do vazio!
Apesar dos desacertos, o conforto chegava nas palavras de algum amigo, num abraço inesperado, no aconchego da palavra esperança!
E era de esperança o olhar no meio da tempestade!
Diziam -lhe que se tinha fechado, costurado a vida em pedaços, fragmentado os afetos!
Diziam -lhe tanta coisa.
Os homens sabem sempre tudo, sem nada saberem.
Mas ela escondia - se nos movimentos incertos dos seus passos, na quietude das palavras, no sentimento encarcerado à séculos dentro da pele.
Os homens sabem tão pouco do silêncio !
Diziam -lhe tanta coisa.
Os homens sabem sempre tudo, sem nada saberem.
Mas ela escondia - se nos movimentos incertos dos seus passos, na quietude das palavras, no sentimento encarcerado à séculos dentro da pele.
Os homens sabem tão pouco do silêncio !
Dos estilhaços dos dias sobrevivia na luz opaca de um sol de janeiro!
Escondia por vezes o rosto e os sentimentos. Bebia sem avidez a luz coada, por detrás dos vidros, a melancolia era o seu modo de ser e de estar!
Silenciosos os gestos, gastos de tanto querer!
Amara!
Sempre amara a vida, os homens! Nunca viveu de outro modo!
Teceu à luz do candeeiro os fios do tempo e da vida, correu cidades, países.
Viveu dentro dos livros que amava, o destino que lhe roubaram!
Era por vezes o espelho de Perséfone, de Io, Sisifo a carregar o peso dos dias!
Era a metade escondida da realidade invisível!
O espelho da alma que não se deixa vislumbrar!
Era a matéria visível de uma luz que só ela sabia existir!
Escondia por vezes o rosto e os sentimentos. Bebia sem avidez a luz coada, por detrás dos vidros, a melancolia era o seu modo de ser e de estar!
Silenciosos os gestos, gastos de tanto querer!
Amara!
Sempre amara a vida, os homens! Nunca viveu de outro modo!
Teceu à luz do candeeiro os fios do tempo e da vida, correu cidades, países.
Viveu dentro dos livros que amava, o destino que lhe roubaram!
Era por vezes o espelho de Perséfone, de Io, Sisifo a carregar o peso dos dias!
Era a metade escondida da realidade invisível!
O espelho da alma que não se deixa vislumbrar!
Era a matéria visível de uma luz que só ela sabia existir!
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