Não é de inquietação as luz dos meus dias
esta claridade crescente na menina dos meus olhos
este acordar devagar nas madrugadas
despe-se em mim todas as sombras
gestos inúteis
com que tatuei os silêncios
o livro que agora escrevo é uma metáfora de vida
o silêncio já não tem nome nem morada
e eu apenas clamo a semântica da liberdade
esquecidas as vozes cortantes de ironia
finjo que não sei o nome das coisas
e das palavras interditas
desatei todas as amarras
essa amálgama de silêncios incertos
e só por isso valeu a pena
o caminho das palavras
num grito libertador e poético.
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