O silencioso canto das aves migratórias
domingo, 5 de março de 2023
A esperança desvenda-se aos poucos na grandiosa encruzilhada da vida.
Na fragilidade secular de uma flor.
Refazem-se os passos em caminhos outrora palmilhados. No silêncio das horas vazias. O coração despede--se das mágoas antigas. Reconhece apenas os templos da verdadeira entrega.
Difíceis de entender os mistérios que nos afastam dos caminhos da infância, onde a serenidade era o poiso dos pássaros na Primavera. A maturidade traz agora um outro gosto. A sabedoria das nascentes preenche os recantos por onde deslizam os caudais da vida.
Será preciso entender os deuses que nos seguram as mãos nas horas sombrias. Escutá- los! Abraçar as mensagens enigmáticas que nos chegam ao coração.
Então, a sabedoria sagrar-se-á nas tessituras dos dias. Na filigrana dos sentimentos de procura. Presença constante a repassar a fragilidade do corpo.
Mesmo que a memória seja apenas um aroma adocicado. Flor silvestre dos outeiros. Corpo frágil enfrentando as tempestades. Numa eterna procura de abandono e sublimação.
São Gonçalves
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