O silencioso canto das aves migratórias
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
Arrastava o corpo pelas cidades cinzentas.Sentada, entre uma e outra estação, atravessava fronteiras.
Os dias gelados, o frio a entranhar-se na pele.
O corpo procurando o aconchego de um abraço.
Na violenta solidão nocturna
No inferno da cidade silenciosa
As palavras já não lhe serviam de agasalho.
Entre uma e outra fronteira
Regressaria ao cais do recomeço
Entre uma e outra estação
Vozes errantes a consumir o que restava do alento, murmúrios de um sentimento maior.
São Gonçalves.
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