O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

sábado, 10 de novembro de 2012

Distantes os tempos que de perto sinto...presentes as distâncias nos longos rios do aconchego...passado, presente e futuro numa união imensa estendida nas linhas de equilíbrios vibrantes...pedaços de meras passagens.....
.excertos de passa...
gens marcantes onde as palavras divagam...misturas; às quais se chama aprendizagem...o coração silencia nas questões, que o não deixam ler mais páginas brancas, na visão de as antever...Se ao menos pudéssemos parar o tempo por meros instantes e viver intensamente a paragem dos ponteiros num relógio enigmático onde não haveria longe nem distancia.

Seriamos um afago,um abraço,a ternura desenhada nos rostos,na candura de um rosto de criança.

Não sei se as palavras seriam a ponte necessária as trocas de sentimentos,talvez neste mero instante em que o relógio mantesse o seu equilíbrio no ínfimo instante de in-movimento as almas se revessem na sua mais profunda claridade da existência..e então dos rostos a luz clarificaria todos os estados d'alma.

Teimosamente ainda alimento a minha passagem de quimeras e de sonhos,talvez seja aqui a minha derradeira salvação.

No ultimo momento ,nesse instante relembrarei as formas e os contrastes dos rostos que se cruzaram um dia com o meu,num leito de um rio que cresceu dentro do meu peito.E como num baú de velhas lembranças guardarei como presentes valiosos as imagens da ternura codificada.

Guardarei para sempre as formas dos sorrisos...largarei nas águas do rio os ténues sentidos do meu olhar...mergulharei uma e outra vez...ao encontro dos encontros que não me esquecem...não buscarei mais encontros nem remarei nas maré incertas...ficarei na Primavera a recolher pétalas...de todas elas as mais belas são as das papoilas que nascem bravias...rubras e voltam sempre nos campos de espigas!

(In)certo o tempo,o vagar das horas e dos minutos quando percorro alamedas magnificas ,árvores seculares abraçando as bermas,telas pintadas num único rasgo de beleza....
Entre o magnifico e o belo perco o olhar...submeto o pensamento ao tempo...somente para voltar a ver se há ou não magnitude ou beleza...no sentir que assim diz...no entanto os campos serão sempre verdejantes de tempos em tempos perdem a cor na renovação...sublime é a natureza que sabe os ciclos e deles não foge...os adornos são a efemeridade de tudo num espaço que se sente em consentir...mudar é estar na vida...deixar de achar algo de uma coisa intransponível...não é mudança mas sim revelação...do tempo nas cores da natureza humana!
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[Memórias da (in)certeza]
Ana Coelho

São Gonçalves.

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