O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Foto: Pensava ver no avesso do espelho a sua alma nua.os contornos da luz e das sombras reflectidas num pequeno e efémero instante.

Pensava ser o reverso dos dias,a luz que nem sempre se avistava ,os contornos de um destino a desbravar.

Não poderia acreditar em tudo o que via,em tudo o que ouvia,corria pelas ruas à procura de si,como quem procura um filho perdido.Nas Madrugadas frias embrenhava-se no mundo das palavras,e eram sempre tão intensas ,como tinham sido as lembranças dos primeiro livros que tocara.

As palavras eram o espelho ,a luz silenciosa reflectida infinitamente nos dias que por ela passagem.A vida um espelho quebrado,que teimosamente teimava não contemplar.

Nas linhas do rosto,escrevia uma história continuada.

A noite e os dias sucediam-se,a procura desenfreada ,perpetuava-se nas horas infindáveis .....

Saberia algum dia de que cor eram os seus sonhos,saberia domar as feras que ocupavam o interior da sua mente....saberia ,mas por agora o tempo era apenas de procura.

E o espelho continuava ali,silencioso mostrando apenas uma parte de si.

Ainda não tinha encontrado o tempo certo para o olhar de frente,para se olhar de frente,a alma era uma luz que não se podia olhar de frente....haveria de encontrar o tempo certo,para não se ofuscar.

O tempo era assim passado nesta intensa procura,entre rostos mais ou menos luminosos,entre espelhos mais ou menos quebrados,entre os dias e as noites,entre a vida e a certeza do fim.


São Gonçalves


Pensava ver no avesso do espelho a sua alma nua.os contornos da luz e das sombras reflectidas num pequeno e efémero instante.

Pensava ser o reverso dos dias,a luz que nem sempre se avistava ,os contornos de um destino a desbravar.

Não pod...eria acreditar em tudo o que via,em tudo o que ouvia,corria pelas ruas à procura de si,como quem procura um filho perdido.Nas Madrugadas frias embrenhava-se no mundo das palavras,e eram sempre tão intensas ,como tinham sido as lembranças dos primeiro livros que tocara.

As palavras eram o espelho ,a luz silenciosa reflectida infinitamente nos dias que por ela passagem.A vida um espelho quebrado,que teimosamente teimava não contemplar.

Nas linhas do rosto,escrevia uma história continuada.

A noite e os dias sucediam-se,a procura desenfreada ,perpetuava-se nas horas infindáveis .....

Saberia algum dia de que cor eram os seus sonhos,saberia domar as feras que ocupavam o interior da sua mente....saberia ,mas por agora o tempo era apenas de procura.

E o espelho continuava ali,silencioso mostrando apenas uma parte de si.

Ainda não tinha encontrado o tempo certo para o olhar de frente,para se olhar de frente,a alma era uma luz que não se podia olhar de frente....haveria de encontrar o tempo certo,para não se ofuscar.

O tempo era assim passado nesta intensa procura,entre rostos mais ou menos luminosos,entre espelhos mais ou menos quebrados,entre os dias e as noites,entre a vida e a certeza do fim.


São Gonçalves

1 comentário: