Olhou a janela semi-aberta ao mundo
a cidade arrastava-se nas horas
num murmúrio de lágrimas roubadas ao céu
o mundo girava à sua volta
com palavras dedilhadas nas vozes roucas
cansadas do longínquo dia
vozes surdas ecoando no espaço
num timbre monocórdico
vãs algumas palavras
entoadas no desespero do momento
O sol tímido espreitava pela frinchas da janela
as vozes amparam-se do que resta do silencio!
São Gonçalves.
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