Invento a cada manhã a luz que me guiará nas horas de inquietude. Nesta calmaria, converto algum desalento em esperança.
As águas confundem o espírito.
Os deuses habitam o espaço.
É sagrado o templo. Das árvores escuto o rumorejar do vento, e do tempo.
E eu, aquieto- me aos desígnios das sombras. Descodifico nelas os sons do mundo, algumas incertezas. A desordem interior do lado material doshomens.
Sei que tudo o que sinto é passageiro. Sei que as palavras deixarão algum dia de fazer sentido.
Por isso me deixo deslizar neste lago de águas límpidas, espelho de alma liberta.
Quem sabe me vejas neste espelho, quem sabe, invocaras as velhas lendas celtas onde noutros tempos me transformei nos antigos rituais do solstício.
Quem sabe um dia entendas o signo visual dos cisnes em liberdade.
São Gonçalves.
Foto - Camilo Rego.
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