O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Um sonho de um voo que atravessa a mente...


e depois reencontra-se a voar...

e segue o curso do rio..."

...
António Mattozzi.



Seguir com o olhar a ave que voa a horizonte,procurar-se na litania da horas que se contam pelos dedos e voltar sempre ao mesmo lugar.

Ao lugar de todos os possíveis reencontros,nas manhãs vestidas de brisa fina,encobrindo a paisagem que encanta o olhar.

Mesmo assim,belo o madrugar nestas paragens,onde alma nasceu.

Este não seria o paraiso,nem o palco de todas as metáforas,arrancadas a um mundo imaginário.

Este seria apenas o berço ,a canção de embalar ,sussurrada ao ouvido nas primeiras manhãs de primavera.

Impetuosa a vontade de seguir o curso de um rio desconhecido e voar

Rasgar o céu,quebrar as vozes na transparencia do nevoeiro ,na incandescente ternura que assombra os sonhos de partir.

Partir,seria o verbo incondicional,a vontade lógica de acordar na lonjura de um porto desconhecido.

Entre as margens de um rio e as águas estagnadas há uma luz que brilha no coração da vontade impetuosa de vencer,esquecer os preconceitos,a raiva escondida ,uma vontade crua renascente na dureza da terra alongada nas correntes do pensamento .A sombra será sempre essa vontade de voltar ao lugar do desencanto,as águas estagnadas da memoria.

Recuar no tempo não será nunca a solução.

Apesar da beleza intrínseca e surreal,a luz que brilha a horizonte ainda se impõe,carrega nela a vontade de seguir em frente...

São Gonçalves.

Sem comentários:

Enviar um comentário