De que magia são feitas estas horas vazias
No ensejo crepuscular deitado sobre o rio?
Sonho-te num lugar distante, uma ilha talvez
Num entardecer quente e doce…
No emaranhado do pensamento errante
As pálpebras cansadas, já não alcançam
A ave que voa perdida do outro lado do rio
A realidade é sombria e a vista ofusca-se
A beleza do mundo ainda não me turva o olhar
E aceito a dor, devagar
Numa lentidão que quase me abraça!
Teimo em não deixar entrar a noite
Nem o brilho do vaga-lume que bate à janela
Do meu quarto
Teimo em contemplar o dia nascer
Sem que a os sinais da morte
Vagueiem sobre o leito das águas
Mesmo que os meus olhos
Ainda sangrem a dor de tantas ausências.
São Gonçalves.
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