Ergues-te aos poucos do peso da terra
Num corpo marcado com as setas da dor, entregas ao mundo a infinidade dos gestos surdos, ou os gritos de quem não tem medo de rasgar o ventre da esperança.
De quantos partos se vive uma vida?
Em quantos ventres te escondes das aberrações do mundo.
Corres, gritas, cavalgas na imensidão do absurdo, os braços erguem -se e não te abraçam
A renúncia da vida será ainda um porto onde não queres atracar.
Despida de medos, suportas a metamorfose da carne, e rasga o ventre do dia seguinte
Na boca o sabor amargo da terra
A loucura destilada sem culpa
E o vento acolhe - te sem olhar para o passado.
São Gonçalves
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