O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 19 de janeiro de 2014

Nada me acalma tanto no tempo que esta luz tardia este sonho abraçado nos fins de tarde
a plenitude presente no alto da serra,o silêncio das aves
a alma liberta dos pesos,dos medos,da penumbra que ainda antecede a noite.
Avisto o horizonte calmo e visto-me da folhagem das árvores
companheiras das minhas mais errantes viagens ao centro da alma.
Nada me perturba,nem o vento agreste,nem as vozes dos peregrinos
apenas esta luz me veste por fora e por dentro.
Estranhas as mudanças num tempo doloroso,a alquimia dos gestos
a transformação apaziguadora dos dias.
A luz que me guia não cega o olhar
é apenas uma ténue lembrança aquecendo o olhar.
O silencio e a luz,de mãos dadas
a eterna procura de um mundo que se transforma num olhar errante.

Abraço num só braço instantes de pura magia
a adormeço na luz cobreada que enlaça os mais insignificantes sonhos.
Poderia esperar do mundo que me acolhesse em inúmeras palavras
mas é de silencio e de distancia que alimento os dias
mais calmos e reconfortantes.

Contemplo a luz e as sombras do mundo
e nada mais preciso para continuar a caminhada.
Sei da presença que habita os meus sonhos.

São Gonçalves.

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